MIPE aborda desafios para a curricularização da extensão
Por Central Multimídia de Conteúdo/Jornalismo [19/11/2020] [20 h14]
Apesar de todos os desafios impostos pela pandemia da Covid-19, a Universidade Regional de Blumenau (FURB) manteve suas atividades educacionais, administrativas e científicas, assim como os eventos tradicionais para compartilhamento de suas produções acadêmicas. A Mostra Integrada de Pesquisa, Ensino, Extensão e Cultura (MIPE) é o evento anual que chega à sua 14° edição para promover o ensino, a pesquisa e a extensão, fomentar o desenvolvimento socioeconômico sustentável e o bem estar social, além de contribuir na formação de profissionais e cidadãos.
Após abertura virtual, no dia 18 de novembro, a programação da MIPE conta com a apresentação de 569 trabalhos, “número maior de participantes em comparação com a edição anterior, realizada de forma presencial”, comenta o pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura (PROPEX), professor Oklinger Mantovaneli.
Nesta edição da Mostra serão apresentados para a comunidade acadêmica e externa à Universidade 106 trabalhos na modalidade de ensino, 263 na modalidade de pesquisa, 160 de extensão e 40 trabalhos na pós-graduação, que podem ser visualizados através das plataformas Yammer, Instagram e Teams. A programação completa do evento está disponível no site da Universidade.
Sobre a realização da MIPE feita, pela primeira vez, de forma virtual, o pró-reitor de Ensino de Graduação, Ensino Médio e Profissionalizante (PROEN), professor Romeu Hausmann reforça o fato de que, assim como na ciência, a Universidade vem superando obstáculos, como os que a pandemia da Covid-19 trouxe. “A realização da MIPE é prova disso. Nós, como pesquisadores, como professores, falamos muito em inovação e em superar desafios para os nossos estudantes, para os nossos orientados, que temos de ir além, ultrapassar a fronteira do conhecimento, então esse é o momento oportuno para mostrar que sabemos fazer isso", afirmou ele na abertura da Mostra.
"De alguma forma ficou mais acessível a percepção do quanto a falta de pesquisas interfere nas nossas vidas, pois é através dos dados e das nossas pesquisas que os governantes validam suas decisões e buscam, agora mais do que nunca, através da ciência produzida pelas universidades, respostas a tantas incertezas. E as nossas universidades públicas comunitárias, assim como a FURB, cumprem seu papel dando suporte técnico e científico para o desenvolvimento das nossas regiões e agregando ainda mais na formação de nossos estudantes”, pontuou a reitora Marcia Sardá Espindola.
A professora Dr. Cíntia Soares, docente da Universidade Federal de Santa Catarina e representante do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq) também comentou sobre o cenário atual e de como eventos como esse transmitem otimismo, “porque no momento em que somos bombardeados com discursos de pessimismo e desânimo, é muito gratificante sentir o interesse dos alunos pela pesquisa científica. A iniciação científica é uma oportunidade ímpar para o aluno de graduação, é a chance que os discentes têm de entrar em contato de forma precoce com o conhecimento científico tecnológico e cultural, aliando assim a teoria e a prática", reforça.
Ela também destaca o fato de que em meio a este momento de crise e incerteza do fazer ciência, a MIPE é um evento que “promove trocas para a construção e reconstrução de conhecimentos, bem como a socialização e o reconhecimento da identidade de cada um dos atores, possibilita o exercício da cidadania efetiva e fortalece o elo entre universidade e comunidade”.
Curricularização da Extensão
Para sua abertura oficial, a MIPE trouxe como discussão a “Curricularização da Extensão: aprendizados em contextos reais”, em palestra realizada pela professora Dra. Simone Loureiro Brum Imperatore, da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Pauta já presente na FURB, a curricularização da extensão é um dos desafios a serem ultrapassados pelas instituições de ensino superior no Brasil, pois conforme explica Simone, a própria conceituação de extensão não está articulada ao currículo e à pesquisa, que é o objetivo atual dos extensionistas. A curricularização define os mecanismos de operacionalização da extensão dentro de todas as matrizes de curso, totalizando aproximadamente 10% da carga horária dos cursos de graduação.
“O grande objetivo é que a participação dos estudantes em projetos e atividades de extensão seja universal, promovendo assim a aproximação aos atores sociais e uma maior busca por soluções dos problemas emergentes, pois atualmente os acadêmicos participam apenas de atividades de extensão esporádicas”, observa Simone.
A cerimônia de abertura da 14° Mostra Integrada de Pesquisa, Ensino, Extensão e Cultura (MIPE), assim como a palestra “Curricularização da Extensão: aprendizados em contextos reais” da professora Dra. Simone Loureiro Brum Imperatore, estão disponíveis no canal da FURB TV.