Domingo, 26 de julho, marca o centenário de Celso Furtado (1920-2004), um dos mais renomados intelectuais brasileiros do século XX. A Universidade Regional de Blumenau (FURB) participa de obra sobre Celso Furtado que será lançada em live a partir das 15 horas de domingo, em parceria com a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

 

<< Os interessados podem acompanhar a live no Facebook da FURB TV.

 

Pela FURB, Dr. Ivo Theis, economista do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Regional (PPGDR) é um dos organizadores da trilogia Celso Furtado, a esperança militante, juntamente com os doutores Cidoval Morais de Sousa e José Luciano Albino Barbosa, vinculados ao PPGDR da UEPB.

 

O evento virtual de domingo, quando acontecerá o lançamento,  abrirá com um debate sobre Os Desafios do Planejamento Virtual Urbano, com a presença do governador da Paraíba, João Azevedo; do reitor da UEPB, Antônio Guedes Rangel Jr; da jornalista e tradutora Rosa D´ Aguiar (viúva de Furtado) e da economista Tania Bacelar, da Universidade Federal de Pernambuco.

 

Celso Furtado, a esperança militante é uma obra em três volumes. O professor Ivo Theis, da FURB, participou de pré-lançamento há dois meses, pelo Youtube da TV UEPB. Ele comentou que “falar de Celso Furtado, para mim, significa falar de um servidor público, num contexto republicano do ser humano”. O economista blumenauense destaca que Furtado foi servidor público não em razão de suas tarefas oficiais, mas pelo “espírito público daquele que tem disposição para servir, construir algo em conjunto”.

 

Na introdução do primeiro volume da trilogia, os organizadores comentam a atualidade de trazer a obra de Furtado a público: “ Neste contexto de profunda crise (COVID-19), ler Furtado está na ordem do dia. Mais do que nunca se constata a importância do Estado, do setor público, para organizar nossa produção de alimentos, a construção de um projeto para a indústria nacional, garantir a soberania, a sustentabilidade dos biomas, da República, enfim retomamos esse clássico para sabermos quem somos, para recompormos nosso projeto de unidade nacional, de brasilidade, em tempos de Estado mínimo, fundamentalismo de Estado mínimo religioso, terra plana e, agora, Coronavírus.”

 

 

Celso Furtado foi ministro do Planejamento do Governo João Goulart, ministro da Cultura do Governo José Sarney, além de ter estado à frente da Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), criada pelo Governo Juscelino Kubistckek.

Nasceu em Pombal, sertão da Paraíba, tendo ido aos sete anos para capital João Pessoa.

 

Depois seguiu para Recife (PE), onde realizou estudos ginasiais e em 1939, no Rio de Janeiro, ingressa na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

 

Durante a II Guerra Mundial, integrou a Força Expedicionária Brasileira que o levou para Itália. Na Europa, em 1946, deu início aos estudos doutorais em Economia, na Universidade Sorbonne, em Paris, com a tese “A Economia Brasileira no Período Colonial”. Ao retornar ao Brasil trabalhou na Fundação Getúlio Vargas (FGV).

 

Exilado do Brasil devido ao Golpe Militar de 1964, em 1965 assume cátedra de professor na Sorbonne e lá permanece durante vinte anos. Integrou Conselho Acadêmico da Universidade das Nações Unidas, em Tóquio, em 1978. Voltou ao Brasil depois da Anistia.

 

Celso Furtado é autor de inúmeros livros, coletâneas e artigos científicos estudados em todo o mundo. O volume 1 e 2 da trilogia já estão disponível gratuitamente no site da Editora da UEPB e podem ser baixados em PDF.