FURB estuda espécie de roedor que está ameaçada de extinção

FURB estuda espécie de roedor que está ameaçada de extinção

Foto: Divulgação/Cláudio Dias Timm/CC BY-SA 2.0

O Brasil tem a maior diversidade animal entre países de todo mundo, de acordo com pesquisadores das Universidade Regional de Blumenau (FURB). Eles alertam, porém, que mais de 1100 espécies estão na chamada lista vermelha, ou seja, ameaçadas de extinção. O Programa de Pós Graduação em Biodiversidade da FURB estuda algumas dessas espécies que correm o risco de desaparecer. Um trabalho desenvolvido pela mestranda Tays Izidoro analisa, por exemplo, os fatores que levaram o “Tuco-Tuco das Dunas” (Ctenomys flamarioni (Rodentia: Ctenomyidae) a este perigo.
 
O “Tuco-Tuco das Dunas” é uma espécie de roedor, grupo representativo entre os mamíferos com mais de 2 mil espécies no mundo inteiro. No Brasil há oito espécies de Tuco-Tuco, encontradas no Rio Grande do Sul. A mestranda Tays Izidoro decidiu estudar o animal por conta da viabilidade já que a pesquisa faz parte de outro projeto maior. “Isto acaba sendo positivo, pois meus orientadores têm ampla experiência nessa área, que é de conhecimento deles. Isso é muito importante para que eu cresça como pesquisadora”, explicou Izidoro. Todos os resultados do trabalho com o roedor serão compartilhados com outros pesquisadores, servindo de base para estudos sobre outros mamíferos, por exemplo.
 
Entre os problemas relacionados à extinção desses animais, como Tuco-Tuco das Dunas, estão a perda do habitat natural, por conta da agropecuária, extrativismo, poluição e o crescimento urbano de modo geral. O trabalho de Tays busca entender como esses problemas ambientais afetam a vida do roedor. Para isso, ela estuda o estresse oxidativo, que, de forma resumida, é um processo natural que acontece com todos os organismos dos animais.
 
“Nós inspiramos o oxigênio. O metabolismo que os animais fazem, como nós, para absorver o oxigênio, gera alguns elementos que se chamam ´radicais livres. O organismo tem defesas que combatem isso. O problema acontece quando há algum desiquilíbrio neste sentido. Ou gera radicais livres a mais ou quando há algum problema no sistema de defesa”, ´detalhou a mestranda.    
 
O estresse oxidativo é uma ferramenta para monitorar a saúde dos animais, como o Tuco-Tuco das Dunas. A pesquisadora afirma que “quando o estresse oxidativo está desiquilibrado, ele pode levar a vários problemas, inclusive um dano no DNA. Quando isso ocorre, pode haver mais mutações e problemas com a sobrevivência daquela população. Por isso precisamos entender de que forma todas as atividades humanas estão afetando as condições fisiológicas dos animais. Para isso, usamos o estresse oxidativo”.
 
O trabalho iniciou em dezembro do ano passado, com previsão de término em agosto de 2021, mas por conta da pandemia do novo coronavírus o prazo deve ser estendido. A pesquisa tem a orientação de Daniel Galiano e corientação de Eduardo Alves de Almeida, professores doutores do Programa de Pós Graduação em Biodiversidade da Universidade Regional de Blumenau (FURB).