Estudantes de Enfermagem da FURB produzem cartilha para ajudar mães imigrantes no cuidado com recém-nascidos
Por Camila Maurer [20/08/2025] [11 h31]
Estudantes de Enfermagem da Universidade Regional de Blumenau (FURB) desenvolveram uma solução para facilitar a comunicação entre profissionais de saúde e mulheres que acabaram de dar à luz. A ideia surgiu durante a realização de atividades curriculares no Hospital Santo Antônio, em Blumenau. Camille Victoria Venturi e Yasmin Rozinha Correia, estudantes do décimo período do curso, perceberam que mulheres estrangeiras tinham dificuldade em compreender as orientações passadas pela equipe de enfermagem sobre os cuidados com o bebê na volta para casa. A solução encontrada pelas estudantes foi produzir uma cartilha com orientações fundamentais que possam ser acessadas em vários idiomas.
As estudantes produziram a cartilha em duas versões: uma impressa, em português, que foi utilizada durante o período de aplicação do projeto junto às mulheres brasileiras, e outra digital, acessada por meio de um QR code e disponível nos idiomas crioulo, espanhol, francês e inglês para atender as necessidades das mulheres imigrantes. A cartilha contempla orientações voltadas à mãe, como cuidados pós-parto, e ao bebê, como procedimentos de amamentação, banho, higienização do coto umbilical, teste do pezinho e vacinação, entre outros aspectos.
“A comunicação é muito importante e revela a relevância do profissional enfermeiro nesse ambiente, pois é ele que passa as orientações de alta hospitalar para as puérperas. O material que desenvolvemos foi dedicado a essa puérpera para que ela tenha os cuidados em casa com ela mesma e com o seu recém-nascido”, destaca a estudante Yasmin Rozinha Correia. O trabalho foi desenvolvido sob a orientação da professora Daniela Tafner, Doutora em Enfermagem.
Projeto das estudantes foi implementado pelo hospital
As estudantes apresentaram a ideia à equipe de enfermagem do hospital, que decidiu implementar o projeto de forma permanente. “Para nós, o grande orgulho é que elas passaram nos quartos, aplicaram com todas as mulheres e o hospital viu que era tão positivo que os QR codes estão lá no alojamento conjunto para que essas mulheres continuem acessando e tenham continuidade do cuidado em domicílio”, destaca Tafner.
Na avaliação da professora, o projeto desenvolvido pelas estudantes alia a vocação da universidade para solucionar problemas sociais e a necessidade de formar enfermeiros que promovam a educação. “Na cartilha, elas conseguiram agregar tudo isso, elas tiveram esse olhar humanizado para essa demanda específica das mulheres, conseguiram fazer a assistência, mas também conseguiram promover essa proposta de que a universidade vai muito além. Como professora, fico muito orgulhosa porque elas conseguiram passar esse limite de uma obrigatoriedade de projeto”, ressalta.