Cuidados paliativos procuram evitar enfermidades crônicas

Cuidados paliativos procuram evitar enfermidades crônicas

Foto: CMC/FURB TV

Dar uma notícia ruim é difícil, principalmente quando envolve a saúde. A missão, muitas vezes, cabe aos médicos, que têm que aprender a lidar com essa situação no cotidiano profissional. Pensando nesse contexto, a Liga Acadêmica de Cuidados Paliativos da Universidade Regional de Blumenau (FURB), em parceria com o Hospital Santo Antônio, promoveu a I Jornada de Cuidados Paliativos, dias 4 e 5 de outubro. O evento reuniu alunos de diversos cursos da área da saúde, com o objetivo de discutir melhor o assunto com a comunidade acadêmica. Também por meio da parceria com o hospital, os estudantes da liga aprendem a enfrentar, na prática, situações que envolvam pacientes cronicamente enfermos e seus familiares.
 
“Percebemos que não tinha uma preparação para cuidados paliativos na graduação, que está muito relacionada com uma medicina puramente curativa. Mas, muitas vezes não fazer nada, é fazer tudo”, explica Erika Vieira, professora da FURB e integrante da liga. Segundo ela, quem necessita de cuidados paliativos são pessoas que tem doenças crônicas, debilitantes muitas vezes e que precisam de um cuidado maior para evitar internações e procedimentos desnecessários.
 
O médico Luciano Máximo, que trabalha no Hospital Santo Antônio, foi quem deu início à jornada. Com 15 anos de experiência na área, ele explicou aos presentes que os cuidados paliativos “são uma forma de cuidar, uma abordagem multidisciplinar; ninguém faz cuidado paliativo sozinho”. Trata-se de um tipo de terapia para pacientes acometidos de doença grave, com limitações que provocam mudanças na vida. “Algumas pessoas confundem com cuidados para morte”, alerta Máximo. Ele explica que o atendimento se estende a questões de sofrimento existenciais, familiar, social, emocional, psíquica, espiritual, religiosa, biológica. “ É uma abordagem completa” esclarece.
 
Um trabalho que faz toda diferença tanto para o paciente, quanto aos familiares, pois ajuda a escolher maneiras de tratamento. Assim, os profissionais ajudam a racionalizar o uso de terapias e exames. “E a gente valoriza muito a autonomia, ouvir o que o paciente tem a dizer, ouvir o que a família tem a dizer e buscar com eles construir trajetória de tratamento e não só a partir da minha opinião como médico, mas ouvindo da família, outros profissionais da equipe multidisciplinar”, explica o médico.