Audiência pública sobre violência doméstica e feminicídio na FURB
Por Central Multimídia de Conteúdo/Jornalismo [24/06/2019] [21 h38]
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) realizou no auditório da biblioteca da Universidade Regional de Blumenau, na tarde desta segunda feira, 24 de junho, uma audiência pública para debater o tema da violência contra mulher e o feminicídio. O encontro é o terceiro de seis que são promovidos pela Alesc.
“O objetivo é juntar todos os atores responsáveis pela proteção da mulher e discutir e compartilhar experiências e ações, para criarmos uma rede efetiva, para atuarmos em todo o estado”, destacou a deputada estadual, Marlene Fengler (PSD), presidente e proponente da audiência pública. A parlamentar sublinhou a importância das audiências nas diferentes regiões, pois há peculiaridades, cultura diferentes, estágios diferentes de enfrentamento do problema e é necessário conhecê-los para traçar estratégias.
A mesa da audiência foi composta por agentes públicos dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, das forças de segurança pública, Ordem de Advogados do Brasil e Ministério Público. Representantes da FURB também participaram, com indicação de meios pelos quais a instituição pode ajudar a combater a violência. A Universidade “tem que estar sempre com as portas abertas, pois esse problema tem que estar sempre em debate. A Universidade tem que dar suporte à comunidade. Nós temos grupos de pesquisa, tanto na área de saúde, na área social, que debatem e fortalecem as próprias políticas públicas”, assinalou a reitora da FURB, Marcia Sardá Espindola.
“A Universidade tem, dentro da sua competência, de trabalhar no sentido de formar profissionais que lutem pela causa da violência contra a mulher”, comentou Ricardo Bortoli, professor do curso de Serviço Social da FURB. O estado de Santa Catarina teve, conforme registros, 28 feminicídios desde o início do ano, num crescimento de 80 por cento em relação ao ano passado. Diante de tantos crimes, várias ações são necessárias: desenvolvimento da auto-estima das vítimas, mudança no comportamento dos agressores; atendimento nas delegacias com escuta sigilosa e salas apropriadas, com profissional atento para ouvir e respeitar os relatos. Falou-se na audiência que muitas vítimas encontram-se em situações de vulnerabilidade, de risco de morte.
O juiz Frederico Siegel, da segunda vara de Blumenau, lembrou que muitos casos envolvem situações de uso de drogas, com agressores envolvidos com drogas ilícitas e também lícitas, como as bebidas alcoólicas.
A próxima audiência pública sobre violência doméstica e feminicídio será no município de Lages, no dia 27 de julho. Em seguida será em Chapecó e Tubarão, nos meses seguintes.