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20/05/2019 - I Fórum FITUB definirá em julho rumos do festival de teatro


Diante da falta de recursos financeiros para realização da 32ª Edição do Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau (FITUB), que aconteceria no mês de julho e foi adiada sem nova data prevista, os organizadores planejam o I Fórum do FITUB - Cultura, Formação e Impactos Sociais do Teatro, para o dia 6 de julho. O objetivo é dedicar um sábado inteiro para troca de ideias sobre a situação que o país atravessa no campo artístico, em especial no teatro.
 
A urgência de uma redefinição de calendário do FITUB, devido ao adiamento, deve ser o foco principal. A Divisão de Cultura da universidade havia estimado que o festival custaria em 2019 em torno de R$ 300 mil. Em 2018 alcançou a soma de R$ 284 mil, integralmente financiados pela FURB, além do envolvimento de dezenas de servidores e estudantes e de apoios pontuais do SESC, que bancou diretamente alguns pró-labores e recebimento de produtos do Sicoob e Cooper.

A metade dos gastos é com locação do teatro, iluminação e sonorização. O aluguel do Teatro Carlos Gomes, no ano passado, foi de aproximadamente R$ 80 mil. As demais despesas são com auxílio-alimentação de grupos teatrais, passagens e pró-labore para palestrantes e deslocamento de grupos convidados. A bilheteria rendeu R$ 21.246,00 em 2018.

“É um grande evento, mas achamos incoerente depois de reajuste zero aos servidores, disponibilizarmos esse montante, que hoje, não dispomos”, justificou o pró-reitor de Administração, Jamis Piazza. Ele reiterou informações prestadas pela gestão superior na Câmara de Vereadores, na semana passada, de que “nossa prioridade é administrar a conjuntura que estamos vivendo, de uma queda no número de alunos sem alteração de receita”. Diante do quadro recebido pela atual reitoria, Piazza informa que a projeção é de déficit no ano de 2019 e 2020 e que a busca de diversificação de receitas não tem resultado imediato.

NOMES JÁ CONFIRMADOS

Impactados com a decisão, os profissionais envolvidos com o setor cultural mobilizaram-se para criar o I Fórum FITUB, garantindo presença de pesquisadores envolvidos com o panorama do teatro universitário brasileiro, de renome nacional e que já conhecem o festival da FURB. Virão do Rio de Janeiro, São Paulo e Florianópolis para contribuir com o debate que pode dar um redirecionamento ao tradicional festival de Blumenau.

Fábio Hostert, coordenador do FITUB e professor de Teatro da FURB confirmou a vinda para o I Fórum FITUB de Renato Ferracini, presidente da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas (Abrace), professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro do Grupo Independente de Teatro Lume; Lígia Lousada Tourinho, diretora da Associação Nacional de Pesquisadores em Dança (Anda) e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Bárbara Biskaro, atriz e professora de teatro na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e Qiah Salla, produtor cultural que será responsável por fazer as mediações do I Fórum FITUB.

O coordenador do FITUB acredita que “este momento de não conseguirmos verbas para realizar o festival é um sintoma para se ampliar o olhar de como está sendo tratado o teatro e a cultura em nosso país”. Hostert estima que a classe artística saia do fórum com ações concretas, para que não se realize apenas um momento de discussões orientadas, mas também de produções de texto e ações concretas. O I Fórum FITUB terá lugar no auditório Willy Sievert, do Teatro Carlos Gomes, com cerca de 200 lugares. O evento será gratuito e nos próximos dias serão abertas inscrições, devido ao espaço limitado.

Sobre as mais de três décadas de realização do FITUB, Hostert assinala o legado que festival representa, com relevância para a região, o estado, Brasil e América Latina. “É um lugar contínuo de pesquisa, espaço para nos renovarmos, de um caráter formativo muito forte”, disse. Ele foi da primeira turma do Curso de Teatro da FURB (de 1995) e sempre se engajou na área, pertencendo ao grupo Companhia Carona de Teatro. Lembra-se do baque em 2009, quando não aconteceu a edição daquele ano do festival e desabafa que “agora, como coordenador é bem mais dolorido”.

Entretanto, já tendo organizado as edições do 30º e 31º FITUB, Hostert pretende empenhar-se para, junto aos gestores da FURB, possibilitar que as verbas necessárias sejam viabilizadas ainda este ano. Vê o fórum como oportunidade até então não implementada, de ouvir mais contribuições, com apoios para além da universidade. 

Segundo a chefe da Divisão de Cultura da FURB, Leide Regina de Liz, a presença de profissionais de fora para debater as condicionantes de realização do festival “vai dar um norte para algumas conversas e encaminhamentos futuros sobre a cena local do teatro e também indicadores regionais e relações nacionais”. É importante, afirma Liz, perceber como membros de associações brasileiras analisam o cenário atual.
 

“É um momento triste, de escolhas da gestão, ocasionado pela dificuldade de equilíbrio financeiro da instituição; ver a cultura sendo penalizada é uma pena mas temos a expectativa de que esse movimento que estamos vendo se originar na comunidade faça a gente encontrar caminhos futuros de sensibilização que possam contribuir para a gente conseguir efetivar o FITUB”, comentou a chefe da Divisão de Cultura.

Liz adiantou que o setor deve verificar junto a empresários e governos as possibilidades e estudar editais pertinentes. Todos os interessados em teatro poderão participar do I Fórum FITUB. “Penso que se possa movimentar mais durante o ano essa área e qualificar os grupos locais, sua movimentação, cursos e escola de teatro para atividades o ano inteiro”, defendeu Liz.

Publicação: 20/05/2019 - 20h03 - Central Multimídia de Conteúdo/Jornalismo | Foto(s): CMC/Divulgação

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