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A troca de conhecimentos entre pesquisadores do Brasil e do Reino Unido e a constituição de uma rede internacional de estudos em desastres e resiliência, liderada pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional (FURB) e a London South Bank University, estão entre as principais conquistas do Workshop Resiliência Socioecológica Em Casos De Cheias e Desastres Costeiros, que terminou na última sexta-feira, dia 20 de julho, na FURB, em Blumenau.
 

O evento promovido pelo PPGDR e a London South Bank University reuniu jovens pesquisadores de 21 universidades durante cinco dias, sendo dez universidades da Inglaterra e 11 do Brasil.

Seguindo os critérios do edital Researcher Links (Fundo Newton/FAPESC), a organização do evento contou com duas coordenadoras: uma brasileira, a professora Cristiane Mansur (PPGDR- FURB), e uma britânica, Menaha Thayparan (LSB), além de quatro mentores: dois brasileiros e dois britânicos: professor Marcos Mattedi (FURB) e Marcus Polette (UNIVALI), e Yamuna (London South Bank) Charles Egbu (London South Bank), respectivamente, além de uma equipes de 10 colaboradores entre mestrandos (PPGDR) e uma professora de extensão da FURB e dois alunos da UNIVALI.

Como um evento direcionado para 18 recém-doutores brasileiros e 18 estrangeiros, o workshop  possibilitou ainda o ganho de conhecimento e a transferência de melhores práticas entre o Brasil e o Reino Unido. Os pesquisadores estrangeiros sediados na Inglaterra, que participaram do evento, têm origem na Índia, China, Sri Lanka, Líbia, Nigéria e Arábia Saudita, entre outros países. Para o evento foi elaborado um livro com resumos dos 36 trabalhos apresentados e desenvolvida, entre as duas universidades, a metodologia de estudos de caso, aplicada durante o workshop. Também foram desenvolvidas estratégias de transferência dos resultados para a comunidade. 

“A organização do evento foi horizontal, permitindo que as diferenças de ordem disciplinares, étnicas, religiosas e de linguística não fossem uma barreira para o entendimento entre os pesquisadores. A metodologia das tasks (tarefas para grupos de trabalho) permitiu coordenar a relação entre problema e solução e gerar essa integração no evento frente aos estudos de caso”, conclui Mattedi.
 

Para metodologia de estudos de caso, os pesquisadores foram a campo e conversaram com as comunidades dos casos do Morro da Garuva, e microbacia do Ribeirão Fresco, em Blumenau, que sofre, entre outras questões, com deslizamentos e cheias, e a comunidade Imaruí, em Itajaí, que vive de forma precária numa área de mangue próxima à foz do Rio Itajaí. A resiliência foi um dos aspectos observados pelos pesquisadores. “Definir o grau de resiliência de uma comunidade é definir as condições de bem-estar humano após e durante um desastre”, explica Cristiane. Os órgãos de Defesa Civil de Itajaí e Blumenau foram convidados a apresentar suas estruturas de funcionamento e os principais casos de atuação.

Durante o workshop foi assinada uma carta de intenções entre a Universidade Regional de Blumenau (FURB) com a London South Bank University. O documento tem o propósito de estabelecer e manter parcerias entre as duas universidades e inicia o processo para dupla diplomação e troca de professores visitantes entre as instituições. “O evento potencializou a internacionalização do PPGDR e da própria universidade, que constitui um dos principais desafios da próxima avaliação quadrienal (CAPES), em 2020”, avalia Mattedi.

O objetivo do grupo é futuramente promover um seminário virtual e outro workshop presencial sobre desastres, desta vez em Sri Lanka, local de origem de uma das coordenadoras.
 

O workshop contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC), FURB, Newton Fund (British Council) por meio do programa Researcher Links.