Completar os estudos ainda é melhor opção para acesso ao mercado de trabalho

Completar os estudos ainda é melhor opção para acesso ao mercado de trabalho

Foto: Divulgação

 

Um estudo realizado na FURB pela equipe do Sistema de Informações Gerenciais e de Apoio à Decisão (SIGAD) constatou que ter o ensino superior completo ainda é a melhor forma de se manter no mercado e garantir melhores salários. Foram analisados dados de geração de empregos entre 2010 e 2020 e o estudo apontou as diferenças entre quem tem e quem não tem formação.

Por exemplo, para quem tem ensino médio completo, as vagas no mercado cresceram 22% no período. Já para quem tem ensino superior, a diferença no número de vagas cresceu 64,1%. “Nós constatamos, pela pesquisa realizada via SIGAD, que realmente vale a pena estudar porque há uma compensação no mercado”, afirma o professor Nazareno Schmoeller, do departamento de economia da FURB.  Para quem tem mestrado e doutorado, os salários são ainda mais atrativos e o crescimento das vagas foi superior a 300%, no caso dos mestrados, afirma o professor.

Para o desenvolvimento local, a formação é fundamental. “Há cada vez mais a necessidade de qualificação dos profissionais, porque a tecnologia vem ‘varrendo’ e qualquer atividade econômica em que ser for trabalhar incorpora tecnologia, então tem que entender a leitura de documentos, de instrução de trabalhos, para se desenvolver e desenvolver a empresa” exemplifica o professor.

Mesmo quando o profissional atua de forma autônoma ou como micro empreendedor individual (MEI), aqueles que estão inseridos no mercado, com melhor remuneração e condições de trabalho são os que têm o ensino superior completo “e em uma graduação tradicional, com quatro anos de duração e presencial, modelo que acreditamos que irá durar um bom tempo ainda”, diz Schmoeller.

Segundo o professor, ao longo da graduação presencial cria-se uma rede de relacionamento muito forte, “o estudo mostrou que este dado é real e que é muito vantajoso, ainda, fazer o estudo formal” afirma.

Ele cita também a retomada da economia em Blumenau e região pós pandemia e reforça, mais uma vez, a contribuição do ensino superior para este cenário: “é fundamental”.

De acordo com os dados apurados pelo SIGAD, em 2010 eram 44.162 trabalhadores com ensino médio completo e 10 anos depois, são 53.869. As vagas para quem tem o ensino superior completo saltaram de 17.113 para 28.078 no mesmo período. Para quem tem mestrado a evolução alcançou 310,7%, passando de 205 para 842 vagas. Para quem tem doutorado, o número passou de 258 vagas para 385, com 49,2% de crescimento.

Já para quem tem o nível de ensino fundamental completo, as vagas encolheram 40,2%, passando de 23.031 para 13.777 entre 2010 e 2020. Para quem tem o ensino médio incompleto, a pesquisa indica redução de 29,5%, passando de 15.601 para 11.001 vagas.  

Quem mais perdeu vagas no mercado no período de 2010 a 2020 foi quem tem até o quinto ano do ensino fundamental: as vagas encolheram 58,1%, passando de 5.199 para 2.180.

Falando em salários, quem tem ensino superior completo passou de R$ 3.080,21 em 2010, para R$ 5.140,04 no período e quem tem o ensino médio completou, foi de R$ 1.251,43 para R$ 2.158, 84. Já quem tem até o quinto ano do ensino fundamental, ganhava em 2010, R$ 1.007,92 e hoje ganha R$ 1.733,03.