As principais dúvidas dos estudantes em relação ao ano letivo e às medidas de apoio financeiro adotadas pela Universidade Regional de Blumenau (FURB) em razão da pandemia de Covid-19 foram apresentadas à gestão superior da Universidade pelo Diretório Central do Estudantes (DCE) em uma transmissão ao vivo organizada em parceria. Com a presença da reitora Marcia Sardá Espindola e dos pró-reitores Romeu Hausmann (Ensino) e Jamis Piazza (Administração), o presidente do DCE, Leonardo Sezerino conduziu o encontro.

 

No âmbito acadêmico, a maior preocupação é com o cumprimento da carga horária das disciplinas com atividades práticas que não forem concluídas até o dia 15 de agosto. A situação foi esclarecida pelo pró-reitor de ensino, Romeu Hausmann, que citou a série de resoluções e portarias que regulamentam os processos. “É muito importante que nossos estudantes saibam que estamos seguros e amparados na legislação em relação a todas as atividades desenvolvidas para a conclusão do primeiro semestre e realização do segundo”, enfatizou. De acordo com o pró-reitor, 70% das disciplinas do primeiro semestre foram concluídas, os 30% que ainda estão em aberto compreendem aulas práticas, estágios e poucas disciplinas teóricas. “Estamos resolvendo cada situação conforme as possibilidades. As atividades práticas que não podem ser substituídas ou adaptadas, serão realizadas no retorno das atividades presenciais”, afirmou Hausmann.

 

O pró-reitor destacou que o segundo semestre já foi planejado para permitir a concentração de atividades práticas em dois períodos, bem como, horários foram modificados para facilitar a organização dos conteúdos e planejamento das aulas pelos professores. “O retorno às atividades presenciais não depende de decisão da FURB. Estamos prontos, com todos os protocolos de biossegurança, para receber nossos estudantes. Isso exigiu muito trabalho dos coordenadores e colegiados de curso, pois sabemos que, independentemente da data, o cenário pós-pandemia será diferente”, observou Hausmann. A divisão de turmas, o revezamento de alunos no campus, o distanciamento nos laboratórios e espaços de uso comum, uso de EPIs e fácil acesso ao álcool gel são medidas que já foram implementadas para a volta das atividades práticas, em junho, novamente interrompidas e aguardando liberação do Governo de Santa Catarina.

 

A preparação das salas de aula e ambientes de ensino para a transmissão ao vivo dos encontros, por streaming, está entre as ações que a Universidade colocou em prática para o retorno das atividades presenciais. “Isso dará aos nossos estudantes a opção de assistir as aulas de modo presencial, no campus, ou remoto, em casa. Esta medida visa garantir aos alunos que, eventualmente, não possam retornar ao campus, acompanhar as atividades ao vivo, interagindo com a turma e o professor”, informa o pró-reitor.

 

A diferenciação entre as aulas síncronas, realizadas pela plataforma Teams e a modalidade à distância (EaD) também foi esclarecida na reunião. “Estamos construindo a nova FURB, buscando ainda mais qualidade ao ensino que ofertamos. Pedimos aos estudantes que estão com dificuldades que relatem à coordenação de curso para, juntamente com a Pró-reitoria de Ensino, encontrarmos uma solução” destacou Hausmann.

 

 

O pró-reitor de Administração, professor Jamis Piazza, também enfatizou o diálogo como a melhor forma para enfrentar as situações agravadas ou originadas pela pandemia. A crise financeira provocada pelo desemprego que já afetou muitas famílias foi citada pelo DCE no início da conversa com o pró-reitor. Piazza reforçou a preocupação da Universidade com os estudantes desde o início da pandemia, é de abril a resolução que isenta do pagamento de multas e juros as mensalidades do primeiro semestre não pagas até 30 de junho. A resolução já foi reeditada, aprovada pelo Conselho Universitário e estendida para o segundo semestre, quando também não haverá cobrança de juros e multas sobre vencimentos em atraso. “A resolução prevê, também, um novo parcelamento das mensalidades. Não vamos deixar nenhum aluno sem matrícula por problemas financeiros”, acrescentou o pró-reitor. A indicação aos estudantes é que procurem a Divisão de Administração Financeira (DAF). “Vamos fazer tudo que estiver ao nosso alcance”, disse o pró-reitor.

 

Piazza também esclareceu outros pontos levantados pelo DCE, como a necessidade de investimentos e manutenção na infraestrutura da FURB e a relação de cargos e salários, de acordo com o regime público da instituição. “Os serviços essenciais, como limpeza e vigilância precisam ser mantidos, temos um patrimônio a zelar e devemos estar prontos para a retomada das atividades”. Ele destacou ainda os investimentos em tecnologia para a transmissão ao vivo das aulas. “Quando muitos pensam que estamos economizando, nosso custo aumentou. Com a divisão das turmas, mais professores são necessários, com a adaptação das salas de aula, há a necessidade de aquisição de equipamentos”, pontuou.

O pró-reitor também comentou o regime jurídico que rege a Universidade e as decisões na esfera pública que congelam os salários dos servidores públicos até 31 de dezembro de 2021. “Como na FURB a cobrança de mensalidades está diretamente ligada à manutenção da Universidade, que é pública e não tem fins lucrativos, também congelamos o crédito financeiro até esta data”, informou Piazza. Créditos financeiros e créditos acadêmicos são as medidas adotadas pela FURB no cálculo das mensalidades.

 

Questionado sobre bolsas de estudo e financiamento estudantil, Piazza disse que a Universidade avalia um novo edital para o Credifurb, linha própria da instituição. “Um novo edital do Credifurb depende do resultado das matrículas no semestre, somente no final de agosto poderemos avaliar se a FURB terá condições para incluir novos estudantes”, explicou.    

Quanto às bolsas do Uniedu, programa do Governo de Santa Catarina para o repasse dos artigos 170 e 171, o pró-reitor lembrou a ação que envolveu a ACAFE e garantiu a revisão do programa para 2021.

 

Buscar novas formas de financiamento estudantil e ampliar o número de bolsas aos estudantes é um dos compromissos mais importantes da gestão, de acordo com a reitora Marcia Sardá Espindola. “Todos os recursos que chegam à Universidade são reinvestidos em prol da qualidade de ensino. Diferente da iniciativa privada, que demitiu muitos professores, a FURB manteve seu quadro docente e técnico administrativo, está investindo em infraestrutura para atualizar tecnologicamente os ambientes de ensino e adotou medidas que visam a permanência dos estudantes”, observou a reitora.

 

O encontro de gestores e estudantes ocorreu pela plataforma Teams, com a possibilidade de participação de todos os alunos da FURB. O DCE transmitiu ao vivo pelo Instagram.