Cientista marca morcegos por genética molecular na FURB
Por Central Multimídia de Conteúdo/Jornalismo [29/06/2020] [16 h01]
Desde 1968 a Universidade Regional de Blumenau (FURB) possui uma Coleção Zoológica extensa, que tem servido como fonte de conhecimento e estudo para alunos e pesquisadores. Uma das pesquisas vinculadas a essa coleção é realizada por Luís Althoff, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade (PPGBIO), e tem como tema “Emprego de marcadores moleculares de espécimes do gênero Myotis sp”.
Sob orientação da professora Doutora Paula Angela Roratto, Luís Felipe pretende identificar pequenas espécies de morcego que possuem classificação incerta na coleção zoológica da Furb. “Alguns são muito similares a olho nu, só são identificados por genética molecular”, explica o pesquisador, que está separando essas espécies.
Essa identificação é muito importante, já que, por vezes, as coleções têm o único registro de alguns animais que já estão extintos ou foram vistos uma única vez na natureza. De acordo com Luís Felipe, “muitas vezes o animal que está depositado ali na coleção zoológica, justamente com seus dados, constitui uma fotografia do que havia ou há em determinada região e determinado tempo. É um histórico genético e até geográfico de onde o animal vem a ocorrer”.
A pesquisa também é essencial para indicar diretrizes para preservação dessas espécies, que são essenciais para a manutenção do equilíbrio ecológico. “Os morcegos são animais que possuem um hábito alimentar muito variado e desempenham um papel de importância na manutenção de ecossistemas naturais e agrícolas, atuando como polinizadores, dispersores de sementes e principalmente como controle de pragas. O grupo que eu trabalho consegue comer muitos mosquitos durante a noite”, comentou o pesquisador Luiz Felipe Altof.
Ele também explicou que esse tipo de estudo é muito importante porque é possível identificar patógenos de cada espécie e sua interação com o ambiente, evitando doenças que inclusive podem chegar aos humanos. Luiz Felipe explica com mais detalhes: “Identificando exatamente a espécie, sabemos qual aspecto epidemiológico desses animais. Os morcegos são reservatórios naturais de diversos tipos de patógenos, existe uma possível variante do coronavírus, por exemplo, que pode ter evoluído a partir de espécies de morcego”.
Para finalizar, o pesquisador ressaltou a importância de medidas protetivas para essas espécies: “a proteção do grupo continua sendo muito importante para vários tipos de controle de ecossistema”.