Morte de macacos em fios elétricos pode ser reduzida

Morte de macacos em fios elétricos pode ser reduzida

Foto: CMC/Giorgio Guedin

De 2001 a 2018, o Projeto Bugio, atividade de extensão da FURB com sede em Indaial, prestou 232 atendimentos em macacos. Destes, 30% foram em decorrência da eletricidade. Mais da metade dos bugios, vítimas de choques elétricos, morreram. Para tentar reduzir este índice, FURB e Celesc comprometeram-se junto ao Ministério Público de Santa Catarina a adotar medidas para redução das mortes.  Conforme acordado entre as partes, o prazo para finalizar estas ações é início do mês de setembro.
 
Dentre as iniciativas estão a instalação de pontes (passa-faunas), isolamentos da rede elétrica e a cessão de armadilhas fotográficas para o monitoramento dos animais. Os bugios, especificamente, utilizam os postes e a fiação elétrica para se movimentar nas áreas próximas às coberturas vegetais, o que também ocasiona constantes interrupções no fornecimento de energia elétrica à população. 
 
Para compor o acordo, o projeto Bugio mapeou os pontos mais críticos. “A partir destes levantamentos, junto com a Celesc, elencamos em conjunto algumas medidas mitigatórias que minimizem o número de animais eletrocutados em Blumenau”, declarou Júlio Cesar de Souza Jr, professor e médico-veterinário do Projeto Bugio.  

A Promotoria Regional do Meio Ambiente de Blumenau acompanhará as instalações, as atividades e os resultados das iniciativas, que poderão servir no futuro para a criação de um programa institucional na Celesc sobre o tema. "Além de estarem ameaçados de extinção, os bugios são verdadeiros sentinelas da população, por revelarem a presença do vírus da febre amarela numa área", explica o promotor Regional do Meio Ambiente de Blumenau, Leonardo Todeschini.  
 
“Este animal faz parte do cotidiano do blumenauense e do Médio Vale do Itajaí. Ele está em florestas, desde antes do homem. O bugio tem um papel fundamental: ele é o nosso sinalizador. Quando a febre amarela chega, ele é o nosso anjo da guarda. Ele morre primeiro que a gente. Por este e outros motivos, a conservação dessa espécie é muito importante para nós”, destacou Zelinda Maria Braga, coordenadora do Projeto Bugio.  
 O Projeto Bugio existe há 27 anos e tem como foco a preservação dos bugios-ruivos, Alouatta clamitans. Atualmente, a sede do Centro de Pesquisas Biológicas possui cerca de 40 animais e é mantido por meio de um convênio entre a Prefeitura Municipal de Indaial e a FURB.  
 
A FURB TV foi até Indaial entender melhor o trabalho do Projeto Bugio e conversou também com o gerente regional da Celesc sobre estas medidas. Assista na reportagem abaixo.