Blumenauenses preocupados com empresa, emprego e saúde

Blumenauenses preocupados com empresa, emprego e saúde

Foto: CCM

O problema das "empresas quebrando" foi o item que mais se destacou entre as respostas da pesquisa realizada pelo Focus, projeto de extensão da Universidade Regional de Blumenau (FURB), revelando que 87,6% dos entrevistados estão "muito preocupados" ou "preocupados" com esta questão. O desemprego foi ressaltado no mesmo patamar, com 85% de pessoas "preocupadas" e "muito preocupadas". Foram 800 questionários respondidos por Whatsapp à pesquisa “Preocupações e Expectativas do blumenauense em tempos de Coronavírus” no período de 11 a 15 de junho.

 

Oa resultados foram apresentados virtualmente pela professora coordenadora do projeto Focus, Cynthia Quadros, durante reunião na tarde desta segunda-feira, 6 de julho, da diretoria da Associação Comercial e Industrial de Blumenau (ACIB).  O trabalho teve a participação de estudantes dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da FURB e contou com apoio do Grupo NSC de Comunicação e Jornal de Santa Catarina.  

 

A pesquisa revelou ainda preocupação dos blumenauenses com o comportamento em relação ao distanciamento social, que ficou com 4,02 no nível de preocupação (numa escala até 5). A situação que menos preocupa os blumenauenses é o adiamento/cancelamento da Oktoberfest, sobre a qual, 45,8% dos entrevistados dizem estar “nada preocupados”, 14,8%, “pouco preocupados”, 14,4% estão “indiferentes” e apenas 15% “muito preocupados” e 10,1%, “preocupados”. O índice de preocupação com a Oktoberfest, na escala de 0 a 5, fechou em 2,57.  

 

No ranking das preocupações com a vida pessoal, os familiares próximos são os que mais preocupam a maioria (3,98), além da manutenção de renda (3,82) e saúde mental (3,57), seguida de perto pela preocupação com a saúde física (3,53). 

 

 “As pessoas estão muito inseguras em relação ao outro e tendem a se preocupar menos com aspectos que dependem mais de si do que de alguém”, apontou a pesquisadora coordenadora dos trabalhos, professora Cynthia Boos de Quadros.  

 

A pesquisa também teve como objetivos investigar a predisposição para novos comportamentos e padrões de consumo a partir da realidade imposta pela pandemia e constatar os níveis de interesse, informação e otimismo dos blumenauenses em relação às próximas eleições.   

 

Por conta do coronavírus, a renda individual de 44% dos entrevistados já diminuiu, enquanto para 49, 8% ainda não houve redução. Já 6,3% relataram não ter renda. Por outro lado, 83, 9% dos entrevistados já cortaram gastos para economizar, enquanto 16,1% ainda não o fizeram.   

 

Perguntados sobre ter deixado de pagar alguma conta no último mês, 78,6% disseram não ter atrasado contas, enquanto 21,4% já deixaram de pagar alguma. O consumo consciente ganhou força e 57,5% dos entrevistados estão repensando “muito” seus comportamentos em relação ao consumo consciente, enquanto 33,4% admitem ter pensado “um pouco” nisso e apenas 4,8% disseram não ter pensado “quase nada” sobre o assunto.   

 

Os entrevistados já mudaram hábitos em relação aos serviços de delivery, 26,3% disseram ter mudado “muito” e 31,8%, “um pouco”. “Quase nada” foi a resposta de 19,6% dos entrevistados sobre este assunto, enquanto 18,1% disseram não ter mudado.    

 

As prioridades em relação aos investimentos, gastos e dinheiro foram “muito” repensadas por 56,1% dos entrevistados, já 32,4% afirmaram ter repensado “um pouco” e 3,9%, não repensaram “nada” ainda.   

 

Eleições municipais   

 

Sobre as próximas eleições municipais, a pesquisa Focus revelou desinteresse e desinformação sobre o tema. Quando perguntados sobre o quanto estão interessados nas próximas eleições municipais, 17,5% dizem estar “muito interessados”, contra 31,9% que estão “nada interessados” no assunto. O nível de “interessados” é de 25% e o de “pouco interessados” também.   

 

Sobre estarem informados em relação às próximas eleições, 39,8% disseram estar “pouco informados”, enquanto 34,4% estão “nada informados”, 20,3% se consideram “informados” e apenas 5,6% estão “muito informados”. Sobre estarem otimistas em relação ao pleito,  42,8% estão “nada otimistas”, 43,5%, “pouco otimistas”, 11,8%, “otimistas” e apenas 2% estão “muito otimistas”.   

 

“Entristece ver a população desinteressada pela política”, observou o presidente da ACIB, Avelino Lombardi, manifestando a necessidade de “reduzir o peso do estado e cobrar mais da classe política, que pouco tem feito a sua parte”.   

 

As prioridades do próximo prefeito, de acordo com os entrevistados, são melhorar a qualidade da educação, apontada por 43,9%; geração de empregos (43,3%); melhorar os serviços de saúde (43,1%); promover crescimento da economia (31,3%) e promover a redução das desigualdades econômica e social, apontada por 25,5% dos entrevistados.   

 

Focus   

 

O Focus entrevistou 800 pessoas, por WhatsApp, entre 11 e 15 de junho, sendo 55,8% mulheres e 44,3% homens. O intervalo de confiança da pesquisa é de 95%.  O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário estruturado com 45 itens, composto unicamente por perguntas com respostas fechadas, muitas delas escalonadas. O universo da pesquisa abrangeu a população de Blumenau, com idade igual ou superior a 16 anos.  A maioria dos respondentes está na faixa etária de 25 a 44 anos (45,6%) e de 45 a 59 anos (27,8%), respondentes entre 16 e 24 anos foram 19,4% e pessoas com mais de 60 anos, 7%.  Com renda entre 2 a 5 salários foram 36,6% dos respondentes, 30,8% relatam renda mensal de 5 a 10 salários mínimos, enquanto 13% disseram ganhar até 2 salários mínimos e 19,6%, mais de 10 salários mínimos.

 

“Nossa amostragem não é probabilística, mas alcançamos uma composição amostral segura para a interpretação dos dados. A margem de erro, de 3,5%, é extremamente confortável para pesquisas de opinião pública deste tipo. E, enquanto não é possível realizar este tipo de investigação pessoalmente, por conta da pandemia, o WhatsApp tem se mostrado muito eficaz” aponta Cynthia.   

 

 A realização da pesquisa que contou também com a participação dos professores  Christian Daniel Falaster, Clóvis Reis, Fabrícia Durieux Zucco e Sandro Lauri da Silva Galarça. O Focus é realizado desde 2003 pela FURB.