Jornada do Sistema Único de Assistência Social na FURB
Por Central Multimídia de Conteúdo/Jornalismo [16/10/2019] [15 h20]
Construir práticas colaborativas e quebrar barreiras entre as profissões que atuam no Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Com este propósito, o projeto de extensão universitária Ciranda promoveu na FURB a 1ª Jornada SUAS, nesta quarta-feira, 16 de outubro. O evento recebeu como convidadas a professora Dra. Rubia Ronzoni, da UFSC e a psicóloga Gissele Cristina Pinto, que atua em Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), em Florianópolis.
Com a integração proposta pelo SUAS o caminho é entender o cidadão com um sujeito integral e compreender as famílias como sistema complexo, que necessita de coesão e articulação entre diferentes olhares. Criado como política pública, o SUAS começou a ser implantado em 2004 e de acordo com as palestrantes ainda enfrenta muitos desafios para alcançar a atenção integral que preconiza às famílias de baixa renda. “Espaços como este são importantíssimos. Até a década de 1990, o assistente social trabalhava muito sozinho e hoje o SUAS incorpora nove áreas, entre elas a psicologia e a pedagogia, na perspectiva de atender melhor este cidadão e percebê-lo como sujeito de necessidades integrais” observou Rubia. Para ela, este é um debate urgente. “Tenho ido a vários municípios que estão com esta demanda – de promover um olhar interdisciplinar e intersetorial em suas práticas – bastante latente. Embora o SUAS date de 2004, o tema é recente e dispor de espaços como este é fundamental”, destacou.
Enquanto a professora trouxe um olhar mais conceitual sobre o tema, coube à psicóloga Gissele Pinto o relato de experiências acumuladas em nove anos de atuação na rede de Florianópolis. “O SUAS foi criado no ano em que me formei, 2004, para dar a resposta que faltava à sociedade brasileira e atender às desigualdades que existem no país. O sistema se ocupa de trabalhar questões como a violência, o preconceito, o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. Antes de ser implementado como política pública, estas questões cabiam à caridade, à assistência prestada pelas igrejas. Hoje, traz garantias, na forma da lei, para todo indivíduo ou família que venha a necessitar. Mas promover a transformação social, a emancipação humana, só é possível pela via de um trabalho sério e qualificado”, defende.
A jornada reuniu profissionais e estudantes de Serviço Social e Psicologia, por iniciativa das professoras Lauren Beltrão Gomes, do curso de Psicologia da Universidade de Blumenau e Cleide Gessele, diretora do Centro de Ciências Humanas e da Comunicação da FURB e professora do curso de Serviço Social. “Nossa intenção foi proporcionar este momento de reflexão aos profissionais que atuam no SUAS e aos nossos estudantes também, para que percebam as práticas e articulações que essa interdisciplinaridade é capaz de promover, enquanto ainda estão na Universidade”, destaca Lauren.
“De fato a conexão entre o Serviço Social e a Psicologia no SUAS tem se mostrado essencial, são espaços de atuação que vêm crescendo nos últimos anos, especialmente diante de tantos desafios que perpassam o cotidiano profissional”, afirma Cleide. Para as professoras, que coordenam o projeto de extensão Ciranda, voltado a desenvolver ações nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) de Blumenau, “a Jornada foi um ponta pé inicial, esperamos que outras venham e aconteçam como forma de promover a conexão entre os trabalhadores (e futuros trabalhadores) do SUAS, para a reflexão, o debate e o aprimoramento de suas práticas”.