Projeto Bugio

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HISTÓRICO

Como tudo começou

 
Em 1991, a professora Zelinda Maria Braga Hirano, paulista de Ribeirão Preto, fazendo suas caminhadas matinais pela rua Rio de Janeiro em Indaial, ouvia os rugidos de bugios provenientes do Morro Geisler. Curiosa, ela questionava a população que barulho era aquele. As respostas, na maioria das vezes, eram sempre as mesmas: “é bugio, vai chover” ou “é bugio, eles estão brigando”.
A professora Zelinda resolveu caminhar na floresta e deparou com um lindo bugio-ruivo que rugia e a olhava. Cientista de formação, a professora foi procurar dados sobre a espécie, e verificou que o bugio encontrava-se em risco de extinção e, na região, este animal não era estudado.
Na Universidade (FURB), no curso de Ciências Biológicas, havia um estudante chamado João Carlos da Silva e uma estudante Adriana Bragagnolo que, em conjunto com a professora, redigiram um projeto para a Pró-Reitoria de Pesquisa com a finalidade de adquirir verba para estudar o comportamento dos bugios no Morro Geisler e o intitularam Projeto Bugio. O projeto foi desenvolvido em campo e contou com a colaboração de Eduardo Wanke, dos escoteiros de Indaial e dos moradores do entorno do Morro Geisler.
 
Em março de 1992, com o auxílio da Câmera de Vereadores do município de Indaial e com a aprovação do prefeito Victor Peters foi sancionada a Lei Municipal 2099 que criou o Posto de Observação de Primatas do Morro Geisler e Centro de Pesquisas Biológicas de Indaial (CEPESBI). O objetivo era promover e coordenar estudos dos bugios (primatas) existentes na região. Nesta época, foi realizado um convênio entre a Prefeitura Municipal de Indaial e a FURB. As professoras Vera Lúcia Souza Silva e Sheila Wanke eram as coordenadoras do Projeto pelo município e Zelinda Maria Braga Hirano, pela FURB.
Com a realização de pesquisas e com a aquisição de conhecimento sobre a espécie foi instituído o criadouro científico em 1996, com autorização do IBAMA (Registro nº. 1/42/98/000708-90).
Anilse Jacobsen atuava no criadouro como educadora ambiental desenvolvendo atividades nas escolas de Indaial. No criadouro, o médico veterinário Edgar Cardoso, hoje professor no Curso de Medicina Veterinária da FURB, atendia voluntarimente, os animais feridos.
 
Desde a fundação, o Centro tem realizado atividades de pesquisa, educação ambiental e integração da comunidade local com estudantes universitários e pesquisadores. A sensibilização e conscientização da população local e regional quanto às questões ambientais iniciou-se em 1992, com a participação em feiras e exposições como a Festa do Colono, a Festa de Instalação do Município de Indaial (FIMI) e Semana do Meio Ambiente de Indaial. Durante esses eventos, utilizavam-se banners, folders, animais taxidermizados, representações da Floresta Atlântica. Essas exposições contavam ainda com obras artísticas dos bugios e da natureza elaborados por Marli Bomtempo Peixe, Aline Naissa Dada, Jano Morskorz, e alunos do ensino médio. Foram desenvolvidas também palestras nas escolas indaialenses, nos municípios vizinhos e empresas da região. Em 1998, o Projeto Bugio foi premiado com o “Prêmio Revista Natureza de Ecologia”, revista publicada pela Editora Europa, na edição 122, com circulação em toda a América Latina.
 
Em 1999, foi lançado um livro infantil “Quem já viu um Bugio”, pela EDIFURB, da autora Denise Patrício, ilustrado por Rubens Belli. O livro objetiva levar para as crianças conhecimento sobre a vida dos bugios e sobre as atividades do Projeto Bugio. Com uma linguagem adequada para a faixa-etária é utilizado até hoje em atividades de educação ambiental efetuadas pelo Centro.
 
Em 2004, na reta final do campeonato estadual da primeira divisão de futsal, foi criada uma torcida organizada chamada Bugios da Fiel. Esta foi idealizada por Denis Hardt e planejada pelas Lojas Hardt em apoio ao time Colisão Futsal de Indaial. O time surgiu após a realização do Torneio de Verão daquele ano idealizado por Nelson de Souza e Silva (falecido) com o apoio da Fundação Municipal de Esportes, na época comandada pelo sr. Marcio Selhorst (que preside a entidade hoje em dia) e pela empresa Colisão e possuía como mascote o bugio. A torcida ajudou muito na reta final do campeonato, pois com incentivo deles o Indaial Futsal conquistou o título estadual, no seu primeiro ano de existência.
 
Em 2016, foi criado um time de futebol americano no município de Indaial que tem como inspiração os bugios. O time recebeu o nome de Bugios Indaial Football.