1ª noite do “FITUB Conversa” discute teatro e pandemia

1ª noite do “FITUB Conversa” discute teatro e pandemia

Foto: CMC

A primeira noite do “FITUB Conversa”, uma série de lives especiais sobre o Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau, foi aberta na quarta-feira,15 de julho, com a participação de Fábio Hostert, coordenador do festival e Carlos Gomes, coordenador do núcleo de artes cênicas no Itaú Cultural de São Paulo. O público interagiu com os apresentadores e o cenário pandêmico e virtual entrou nos assuntos em debate.
 
“A_Ponte e ações culturais” foi o tema de abertura que abriu considerações sobre a nova situação do teatro em geral e do teatro universitário no Brasil em um cenário pandêmico e virtual. Os especialistas discorreram sobre o aprendizado da arte corporal pela web, os processos de adaptação e novas ideias para a área. Como @reuterana comentou na live, antes o desafio era “trazer tecnologia para o palco, agora é colocar o palco na tecnologia”.
 
“A_Ponte”, assim como o FITUB, é um festival, promovido pelo Itaú Cultural, que incentiva e expõe produções teatrais universitárias, e teve sua segunda edição no início de 2020. Foi discutido durante a live como o “A_Ponte” inspirou-se e procurou a experiência do FITUB para que conseguisse abranger o lugar da formação e da produção que, conforme Carlos colocou, “não é mais o teatro amador, mas também não é o teatro profissional”, para dialogar com esse público universitário e fazer uma “sala de aula expandida”.
 
Carlos Gomes explicou que como o FITUB, os realizadores em São Paulo procuram fazer uma troca a partir das apresentações e espetáculos, para que haja um intercâmbio de ideias e não apenas uma retrospectiva crítica. Além disso, discutiram a importância que esses festivais universitários possuem, considerando que os jovens não têm medo de colocar o dedo na ferida, discutindo temas difíceis, como política, de forma diferente e artística.
 
O Itaú Cultural promove, desde sua criação em 1987, a difusão da arte no país e incentiva a pesquisa e a criação de diferentes manifestações artístico-culturais. Logo no início da pandemia, conforme explicou Carlos Gomes, já adaptaram seus trabalhos para o home office e continuaram promovendo ações e novos trabalhos.
 
O edital “Arte como Respiro: Múltiplos editais de emergência”, que recebeu mais de 7 mil inscrições, foi um dos primeiros editais artísticos promovidos com o início da pandemia no Brasil. Carlos Gomes explicou que a seleção, cujos resultados serão divulgados no dia 20 de julho, foi muito difícil, não só pela quantidade de inscrições, mas porque foi possível notar “muita gente se pensando pra esse momento, entendendo como manter o seu lugar artístico; foi muito bonito ver como os artistas estavam pensando e criando para esse momento de quarentena”.
 
Carlos Gomes comentou que diante dos editais e projetos que surgiram no Itaú Cultural ele e sua equipe conseguiram perceber que muitos artistas foram evoluindo e conseguiram se adaptar e até se harmonizar com a produção de sua arte, de seu conteúdo em frente a uma câmera. Ele explica que foi algo muito rápido e que essa experiência foi como “fazer desse limão uma limonada bem gostosa”.
 
A discussão sobre o edital “Arte como Respiro” rendeu ainda uma explicação sobre o processo que a coordenação do FITUB utilizou para tomar suas decisões quanto à realização do festival. Fábio Hostert, da FURB, comentou que muitas pessoas foram ouvidas e no fim avaliaram que não seria justo com as produções teatrais já inscritas, que não seriam adaptadas e pensadas para o formato online.
 
Fábio explica que um dos temas que serão muito recorrentes nas conversas e discussões nas lives serão sobre o teatro na pandemia, como dialogar com a tela e com o virtual. Todas as lives vão ocorrer às 20h, no perfil @fitub no Instagram. A programação do “Fitub Conversa” está disponível no site da FURB e nas redes sociais do festival.