Uma ação realizada pela Liga de Cirurgia Pediátrica (Lacipe) vinculada ao curso de Medicina da Universidade Regional de Blumenau (FURB) foi premiada como melhor ação social do Brasil durante o Congresso Paulista de Cirurgia Pediátrica, realizado entre 29 e 31 de agosto em São Paulo. A ação “Agosto Laranja 2024 – Conscientização e luta pelos direitos das crianças com mielomeningocele em Blumenau e região” contou com a participação de 40 estudantes voluntários sob a coordenação da professora Karine Furtado Meyer, Doutora em Cirurgia Pediátrica. Realizada em agosto de 2024, a ação contemplou atividades educativas, mutirões de atendimento especializado, capacitação profissional e mobilização comunitária.

Um mutirão de consultas em urologia pediátrica atendeu 40 pacientes com mielomeningocele na Policlínica Lindolf Bell, em Blumenau. As consultas envolveram avaliação clínica, exame físico, ecografia renal e vesical, orientação sobre cateterismo urinário e encaminhamento para fisioterapia motora e urológica. Pacientes com necessidades específicas foram encaminhados para hospitais de referência. As ações educativas incluíram palestras, transmissões ao vivo, produção de vídeos educativos e workshops para pais e cuidadores sobre cateterismo, uso de sondas e medicações. A Liga promoveu, ainda, um pedágio solidário para arrecadar fundos para a Associação dos Amigos, Pais e Portadores de Mielomeningocele (AAPPM), entidade que atende mais de 100 famílias em Blumenau com serviços como fisioterapia, assistência social e assessoria jurídica.

A campanha Agosto Laranja foi instituída oficialmente em 2017 pelo município de Blumenau para alertar a sociedade para as necessidades médicas, educacionais e sociais das crianças com mielomeningocele, além de apoiar famílias por meio de ações de acolhimento e informação. Em 2018, a campanha foi adicionada ao calendário oficial de Santa Catarina. A mielomeningocele (também conhecida como “espinha bífida”) é uma malformação congênita grave da coluna vertebral que pode causar dificuldades motoras e fraqueza muscular nas pernas. A condição é a segunda maior causa de deficiência motora infantil e afeta um em cada mil bebês nascidos no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. A condição é causada por uma combinação entre fatores genéticos e ambientais, incluindo a deficiência de ácido fólico, que pode ser suplementado durante a gestação.