Aula inaugural do Mestrado em Biodiversidade

Aula inaugural do Mestrado em Biodiversidade

Foto: CMC/FURB TV

“O quanto vocês conseguem convencer uma pessoa que não está aqui sobre a importância de conservar uma espécie de primata, por exemplo? Esse é o desafio da pesquisa no Brasil, passar o conhecimento científico para a comunidade”, afirmou o professor e doutor em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre, Adriano Pereira Paglia, durante a aula inaugural do Programa de Pós-graduação em Biodiversidade de FURB, realizada nesta sexta-feira, 02 de agosto.
 
O mestrado em Biodiversidade da FURB foi aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) em dezembro de 2018, com o objetivo de formar pesquisadores e profissionais com capacidade para gerar e divulgar conhecimento sobre a biodiversidade e seus múltiplos usos. Na aula inaugural, Paglia abordou os desafios atuais para o conhecimento e conservação da biodiversidade no Brasil, destacando aspectos como degradação do solo, escassez de água, aumento da temperatura média do planeta e outras crises ambientais com causa antrópicas (provocadas pela ação do homem). O biólogo tratou esses elementos como uma realidade enfrentada pelo planeta e lembrou o desafio de conscientizar a sociedade sobre a relevância dos dados ambientais, principalmente no Brasil, país que mais desmata florestas nativas segundo o aplicativo de monitoramento em tempo real Global Forest Watch.
 
Paglia relembrou também o recente embate entre pesquisadores e estado, marcado pelo corte de verbas por parte do governo federal destinas à pesquisa, no início do ano. Segundo dados apresentados pelo biólogo, mais de 250 mil artigos foram escritos no Brasil entre 2011 e 2016 e 32% contaram com a participação de pesquisadores estrangeiros. Com esse cenário, o Brasil é o 13° no ranking de países que mais produzem artigos no mundo, o que intensifica a relevância da produção de conhecimento científico brasileira. Mas Adriano Paglia faz uma provocação: “Qual é o impacto disso tudo?”. Para o pesquisador a universidade precisa criar laços com outras instituições de pesquisa ao redor do mundo, fortalecendo o saber e aumentando o alcance dos trabalhos. 
 
O novo mestrado da FURB busca acentuar a diversidade da região do Vale do Itajaí, que já está sendo estudada há mais de cinquenta anos por alunos e professores do curso de Ciências Biológicas. A equipe de docentes pesquisadores pretende aprofundar ainda mais o campo científico dessa área, contudo, não se limitando à área das ciências biológicas mas também Biomedicina, Química, Farmácia, Agronomia, Engenharia Agrícola, Engenharia Ambiental, Medicina Veterinária ou áreas correlatas.
 
O evento contou com a presença da reitora da Universidade de Blumenau, Marcia Sardá Espindola, do pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura, Oklinger Mantovaneli Junior, da vice-diretora do Centro de Ciências Exatas e Naturais, Simone Wagner, do chefe da Divisão de Pós-graduação, Ricardo Bittencourt e André de Gasper, coordenador do programa de Pós-graduação em Biodiversidade.