“Braçadas Sustentáveis pelo Futuro da Água”: projeto de pesquisa FURB realiza diagnóstico ambiental de praias catarinenses

“Braçadas Sustentáveis pelo Futuro da Água”: projeto de pesquisa FURB realiza diagnóstico ambiental de praias catarinenses

Foto: Divulgação

Ultramaratonista aquática, pesquisadora objetiva revelar qualidade da água à qual nadadores estão expostos

 

Uma pesquisa de Mestrado conduzida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade Regional de Blumenau (PPGCA/FURB) objetiva realizar um diagnóstico ambiental das praias do litoral catarinense. A proposta é revelar a qualidade da água das praias com intenso uso recreativo e esportivo em atividades como natação e surf, por exemplo. A pesquisa, que integra o projeto “Braçadas Sustentáveis pelo Futuro da Água”, é conduzida por Sandra Koch, mestranda em Ciências Ambientais, sob orientação do professor Eduardo Alves de Almeida, Doutor em Bioquímica e coordenador do Centro de Estudos em Toxicologia Aquática (Cetaq/FURB).

A motivação para estudar o tema nasceu a partir da experiência da pesquisadora com o esporte. Koch é ultramaratonista aquática desde 2014, quando participou de sua primeira travessia competitiva. No currículo, provas de destaque como a travessia de 36 km entre Porto Belo e Itajaí, em 2024, e os 30 km no Rio Negro, Amazonas, em 2023. A exposição a poluentes presentes na água e a incerteza acerca de seus efeitos sobre a saúde dos nadadores motivaram a atleta a voltar ao ambiente acadêmico, mais de 20 anos depois da Graduação em Engenharia Florestal. “Como nadadora de águas abertas, eu senti muita deficiência de informações para os nadadores em relação à qualidade da água. A gente tem um monitoramento do Instituto do Meio Ambiente em relação à Escherichia coli, no verão mais intensamente e no inverno uma vez por mês. Mas os nadadores estão o ano inteiro no litoral. Estamos expostos a situações que não temos ciência”, destaca a pesquisadora.

 

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“Braçadas Sustentáveis pelo Futuro da Água”
“Braçadas Sustentáveis pelo Futuro da Água” - Foto: Divulgação

 

O projeto é vinculado ao Centro de Estudos em Toxicologia Aquática (Cetaq/FURB), que se dedica a investigar os efeitos de contaminantes ambientais sobre organismos aquáticos, além de integrar projetos de monitoramento ambiental. “Esperamos obter uma série de dados sobre poluentes ambientais que permitam fazer um diagnóstico, ainda que precoce, que possa servir de linha de base para um acompanhamento futuro”, explica o orientador do estudo.

 

 

Projeto está em fase de coletas; cinco praias catarinenses serão analisadas

 

O diagnóstico ambiental proposto pelos pesquisadores contempla cinco praias amplamente utilizadas para uso recreativo e esportivo nas cidades de Florianópolis, Balneário Camboriú, Itajaí, Porto Belo e Bombinhas. As coletas de amostras de água começaram no início de junho, em paralelo à realização do IronMan Brasil, na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis. No último domingo, 22 de junho, a pesquisadora realizou coletas na Praia Central, em Balneário Camboriú, e na Praia de Cabeçudas, em Itajaí. As coletas realizadas durante a baixa temporada serão replicadas na alta temporada para fins de comparação.

A Ilha Deserta, na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, será adotada como ponto de controle: espera-se que a água coletada nesse local seja menos contaminada do que nos demais pontos do litoral, tendo em vista que se trata de uma unidade de conservação. A obtenção de dados sobre esse ponto deve permitir a comparação entre o nível de contaminação dessa área e as demais praias analisadas. Para coleta nesse local, a pesquisadora deve realizar uma travessia a nado partindo de Florianópolis em data a ser definida de acordo com as condições climáticas.

Além do estudo, o projeto prevê a realização de ações de sensibilização para a causa ambiental junto aos usuários das praias analisadas. “A ideia é estreitar a relação entre a ciência e aqueles que estão expostos”, ressalta a pesquisadora.