Pacientes que necessitam de reabilitação em dor crônica ou em condições cardiorrespiratórias agora podem ser atendidos no Centro Especializado em Reabilitação (CER II) que funciona na Policlínica Universitária da Universidade Regional de Blumenau (FURB). As novas modalidades de atendimento foram integradas ao serviço em setembro e são financiadas por recursos do Governo do Estado de Santa Catarina. Marcelo Bracht, coordenador do CER II, destaca que a inserção de tais modalidades permite atender pacientes que antes não tinham alternativas de acompanhamento na região no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Uma equipe multidisciplinar foi montada para atender aos novos pacientes. Podem ser atendidos na reabilitação em dor crônica pacientes que apresentem condições como fibromialgia, dor crônica generalizada, dor oncológica, síndrome da fadiga crônica e dor neuropática, por exemplo. No processo de reabilitação, a importância da atividade física é um dos aspectos trabalhados com os pacientes. “A educação em dor é uma parte muito importante nessa abordagem. Muitas vezes, os pacientes não querem se movimentar porque acham que a dor vai piorar. Mas temos que educá-los explicando que a dor não vai piorar, é preciso fazer exercício físico”, explica Maria Eduarda Dognini, fisioterapeuta da equipe.

Já a reabilitação cardiorrespiratória é voltada a pacientes que passaram ou vão passar por cirurgias cardíacas ou que possuem condições como Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) ou Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), por exemplo. “Muitos pacientes com essas condições tem um atendimento intra-hospitalar e, depois da alta, acabam ficando perdidos no sistema e não recebem uma atenção especializada adequada”, destaca Marcelo Bracht, coordenador do CER II.

Ao serem encaminhados para o CER, os pacientes passam por um processo de triagem para entender quais são suas demandas específicas e quais terapias serão necessárias. A partir de então, a equipe elabora um plano de reabilitação individualizado que tem como objetivo permitir que os pacientes retomem suas atividades da melhor forma possível.

Um dos diferenciais do serviço oferecido pelo CER é a existência de uma equipe multidisciplinar, que trabalha a reabilitação do paciente de forma integral. Além de fisioterapeutas, a equipe conta com enfermeira, nutricionista e psicóloga. Para Beatriz Zimmermann, psicóloga da equipe, o atendimento psicológico é uma etapa fundamental do processo de reabilitação. “A tristeza pode aumentar a dor, a angústia pode causar crises de ansiedade e atrapalhar no processo de reabilitação. Na fisioterapia, por exemplo, o paciente pode não estar bem para realizar todo o potencial que as fisioterapeutas precisam e sentir a evolução”, explica.

Quem pode ser atendido no CER II?

Para ser atendido no CER II, é preciso ser encaminhado pelo sistema de regulação do município. Pacientes que possuem dor crônica ou condições cardiorrespiratórias podem solicitar o encaminhamento à equipe médica das Unidades Básicas de Saúde do bairro onde residem. O serviço tem capacidade para atender 50 pacientes por mês.

O CER II atende pacientes dos 14 municípios da região do Vale Europeu: Apiúna, Ascurra, Benedito Novo, Blumenau, Botuverá, Brusque, Doutor Pedrinho, Gaspar, Guabiruba, Indaial, Pomerode, Rio dos Cedros, Rodeio e Timbó. O serviço fica localizado da Policlínica Universitária da FURB, no campus 5 da universidade (Rua Samuel Morse, 768, Fortaleza Alta).