Dados digitais permitem que herbário funcione na pandemia

Dados digitais permitem que herbário funcione na pandemia

Foto: Herbário Dr. Roberto Miguel Klein

Durante este período de distanciamento e isolamento social que a pandemia do coronavírus impôs, o Herbário Dr. Roberto Miguel Klein não deixou de atender as demandas científicas de acadêmicos e mestrandos. O herbário da Universidade Regional de Blumenau (FURB) é referência em Santa Catarina e graças ao sistema de banco de dados virtual utilizado, conseguiu fazer atualizações para que trabalhos científicos não fossem prejudicados na pandemia.
 
O JABOT, banco de dados utilizado por vários herbários do país, é onde todas as espécies de plantas e fungos do herbário da Universidade podem ser encontrados, e é fruto de uma parceria com o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Há ainda o INCT (Herbário Virtual da Flora e dos Fungos), onde é possível acessar  acervo com mais de 66 mil espécies cadastradas do herbário.
 
Desde 2015 o Herbário Dr. Roberto Miguel Klein da FURB trabalha também com uma ferramenta de digitalização em alta resolução das espécies registradas na coleção. Esse processo de digitalização feito pelo programa Reflora facilita o trabalho a distância, e conforme explica o Dr. André Luís de Gasper, curador do Herbário da FURB, as visitas presenciais não se fazem mais tão necessárias para ter uma boa visualização do material.
 
Além da consulta remota, o herbário faz intercâmbio dos materiais com outras coleções e herbários do país, facilitando ainda mais o acesso de vários pesquisadores ao acervo.
O Herbário Dr. Roberto Miguel Klein foi criado em 1990 pela professora Lúcia Sevegnani, que junto com os acadêmicos das áreas de Biologia e de Engenharia Florestal começou a registrar e catalogar as amostras feitas em saídas de campo. A coleção recebeu esse nome em homenagem ao botânico e ecólogo professor da Universidade, que estudou a flora de Santa Catarina.
 
O curador do herbário, Dr. André Luís de Gasper, explica que desde sua época de graduação na FURB já se viu envolvido com os trabalhos no local, seja como bolsista ou como monitor. Junto ao ex-professor da FURB, Alexandre Uhlmann, começou a organizar o banco de dados que foi registrado no Index Herbariorum, um registro internacional de herbários do mundo todo.
 
Depois de formado, quando tornou-se parte da equipe docente da Universidade, em 2012, Gasper assumiu a curadoria do herbário e hoje é também o coordenador da Rede Brasileira de Herbários (RBH).
 
“Uma coleção biológica funciona como uma biblioteca”, afirma o professor Gasper. Ele explica que o herbário tem como objetivo abrigar coleções e estimular estudos sobre a biodiversidade da flora do Sul do Brasil e principalmente da região de Santa Catarina. Segundo Gasper, esses registros e estudos são importantes por diversos motivos, seja para facilitar a proteção de espécies ameaçadas de extinção, e também saber a localização delas, caso sejam necessárias. Por exemplo, para o desenvolvimento de remédios.
 
A coleção foi constituída principalmente através de amostras coletadas pelo Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, iniciado em 2007, e por amostras coletadas pelos professores, alunos e ex-alunos da Universidade, além de permutas feitas com outros herbários.
 
Além do acervo com as mais de 66 mil espécies preservadas, o Herbário da FURB possui uma biblioteca sobre Botânica, que inclui livros, artigos dissertações e teses disponíveis para consulta.