FURB desenvolve inovação que evita uso de poluentes no processo de produção do cimento 

FURB desenvolve inovação que evita uso de poluentes no processo de produção do cimento 

Foto: RTE FURB

Você sabia que substâncias poluentes à base de combustíveis fósseis são usadas para produzir o composto do cimento usado na construção civil? Enxergando uma viabilidade de mudança para matérias-primas ecologicamente corretas, professores da FURB e estudantes de pós-graduação iniciaram estudos, e conquistaram uma patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), de um aditivo que cria o “cimento verde”. Não necessariamente com essa cor, o aditivo ganhou este nome por manter sua finalidade ecologicamente sustentável.

A solução foi idealizada pelos docentes Henry França Meier, Vinicyus Rodolfo Wiggers e Rodrigo Koerich Decker, do departamento de Engenharia Química da Universidade Regional de Blumenau (FURB). A patente da iniciativa conta ainda com a assinatura do Doutor em Engenharia Química, Dirceu Noriler, e do Engenheiro Químico João Jayme Iess.

Diferente do cimento Portland, que é o tipo tradicional usado na construção civil para fins residenciais, industriais ou comerciais, este “cimento verde” é composto de caulim, substância formada a base de aluminossilicatos que nada mais são do que partículas argilosas cauliníticas misturadas em altas temperaturas em reatores tronco-cônicos giratórios, em um espaço muito curto de tempo. Segundo o professor, o caulim (ou metacaulim) possui grande quantidade de hidroxilas em sua composição química.

“Quando a gente faz a desidroxilação, ao invés de tirar o CO² (dióxido de carbono), como é o caso do calcário no cimento tradicional, a gente tira água na forma de vapor. Então, a água por sua vez não traz nenhuma consequência para o efeito estufa, diferente do caso do cimento tradicional, daí então o nome de cimento verde” explica o pesquisador Henry França Meier.

O pesquisador explica que porções de argila de diversos estados brasileiros foram usadas e analisadas para saber qual teria maior eficiência e melhor impacto no experimento. Após a escolha do tipo de solo mais adaptado à finalidade, o processo de aquecimento do aditivo passa por um rigoroso controle de temperatura, conferindo maior resistência à compressão e baixa produção de cristais indesejáveis.

A patente desta invenção, disponível para licenciamento, foi concedida há poucos anos e já houve novas dissertações no âmbito da pós-graduação para aprimorar a ideia. Uma delas é de Gabriel Henrique Wienhage, Mestre em Engenharia Química formado pela FURB em 2023.

Com 26 anos de idade, o jovem blumenauense identificou formas de alterar a coloração do aditivo, tirando dele o tom avermelhado típico de argila. Antevendo a possibilidade de desenvolvimento da técnica, que já foi submetida a um novo patenteamento, uma multinacional apoiou a ideia desenvolvida por Gabriel no mestrado.

Com o apoio, o pós-graduando iniciará um doutorado na área pela Unicamp, utilizando parte da infraestrutura laboratorial da FURB nos experimentos. Ainda durante o doutorado, Gabriel irá para a Alemanha desenvolver mais estudos relacionados à possibilidade de coloração do aditivo.

A iniciativa inovadora do “cimento verde”, com menor impacto ambiental, integra a Vitrine Tecnológica da Agit, que conta com mais de 20 tecnologias disponíveis para licenciamento. Empresários ou investidores interessados na ideia podem entrar em contato com a Agência de Inovação Tecnológica através do telefone (47) 3321 0605 e do e-mail agit@furb.br.

 

Vitrine.TEC

Para saber mais sobre a invenção, confira o programa completo sobre o projeto apresentado no programa Vitrine.TEC desta semana: