Historiadores conquistam profissionalização no Brasil
Por Central Multimídia de Conteúdo/Jornalismo [07/10/2020] [14 h54]
Após mais de 50 anos em busca pela regulamentação da profissão no país, em 17 de agosto de 2020, os historiadores conquistaram a sua profissionalização, após o Congresso Nacional derrubar o veto do Presidente da República sobre o tema. A Lei n°14.038, além de regulamentar a profissão, estabelece os requisitos para o exercício e determina o registro em órgão competente.
De acordo com a lei, apenas os profissionais com formação na área, ou com parte de sua formação em História, podem ser considerados historiadores. Ela permite também que aqueles que tenham 5 anos ou mais de atuação na área, na data da promulgação da lei, também podem ser considerados como tais.
O coordenador do curso de História da Universidade Regional de Blumenau (FURB), Dominique Vieira dos Santos, explica que a lei é muito abrangente, assim como a História, “que estuda os seres humanos no tempo”. Também professor do curso de História da Universidade, Leonardo Brandão, responsável pelo Laboratório de Estudos Contemporâneos da FURB, acredita que os estudantes são um dos que mais se beneficiarão dessa regulamentação, pois apenas aqueles que se formarem em um curso de História poderão dar aula no ensino fundamental e médio.
Esse é exatamente um dos focos do curso de História da FURB, a formação de profissionais que atuem como professores pesquisadores. O egresso do curso, Alison Sonaglio, aponta como umas das características mais importantes do curso o perfil de profissionais formados, que estão atentos a sala de aula, aos debates sobre o ensino da História, sobre a didática da História, mas que também não deixam de lado a questão da pesquisa histórica.
Alguns dos aspectos positivos apontados pelos egressos do curso com a regulamentação é em relação à liberdade e melhores condições de trabalho, assim como a ampliação das áreas de atuação profissional, como em concursos, como consultores, mais oportunidades em empresas privadas, além da participação em publicações, exposições e eventos.
A professora Cristina Ferreira, coordenadora de Centro de Memória Oral e Pesquisa da FURB explica que a profissionalização estimula o jovem a investir na área. “Além de que a área agora também poderá constar nos concursos públicos, as pessoas vão poder dar o devido valor aos historiadores em instituições culturais como museus, arquivos históricos, prefeituras. Todos esses lugares têm uma colocação para os historiadores, justamente porque nós estudamos o tempo presente em conexão com o tempo passado”, acrescenta a professora.