Mel de abelhas sem ferrão é comercializado em SC
Por Central Multimídia de Conteúdo/Jornalismo [01/12/2020] [16 h50]
O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural regulamentou, no início de novembro, o mel das abelhas sem ferrão. A portaria número 37/2020 determina uma norma interna que estabelece a identidade e os requisitos mínimos de qualidade que deverão ser apresentados para a produção e comercialização do mel das abelhas sem ferrão produzido em Santa Catarina.
Um levantamento feito pela Epagri e pela Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina mostrou que em 2019, aproximadamente seis mil famílias do Estado faziam a criação dessas abelhas, que são nativas do Brasil e abundantes em Blumenau, com mais de 30 espécies na região.
Na FURB, a pesquisa com abelhas já é bastante antiga, mas desde 2019 as espécies sem ferrão também são estudadas pelos pesquisadores da Universidade. “A pesquisa é sobre avaliação físico-química do mel e como um trabalho futuro, a gente planeja ampliar para essas questões comportamentais, de biodiversidade, de conservação que também são extremamente importantes pra região”, destaca a professora do curso de Medicina Veterinária da FURB, Bruna Helena Kipper.
A extensionista da Epagri, Fabiana Moratelli, conta que o mel das abelhas sem ferrão é mais líquido e ácido, bastante diferente do mel das abelhas africanizadas, que é facilmente encontrado em mercados e feiras. Além disso, esse tipo de mel dificilmente cristaliza e não se conserva em temperatura ambiente. “O mel das abelhas sem ferrão é um mel diferente, não tem o mesmo sabor, consistência e densidade do mel das abelhas africanizadas. Outra característica é que são colmeias que não vão produzir tanto mel como as outras. Enquanto a colmeia de uma abelha africanizada vai produzir 15 a 20 quilos de mel, sem muitos cuidados, uma (abelha) Jataí produz meio quilo, um quilo por safra”.
Popularidade das abelhas sem ferrão
Apesar de serem nativas do Brasil, faz pouco tempo que as abelhas sem ferrão começaram a chamar a atenção dos criadores em Blumenau e na região. A popularidade dessas abelhas cresceu porque elas não são agressivas como as outras, característica que facilita o manuseio e faz com que elas possam ser criadas, inclusive, em áreas urbanas. As colmeias das abelhas africanizadas são manejadas racionalmente, existem técnicas, é necessário EPI, que é o equipamento de proteção, porque elas oferecem risco de vida às pessoas. No caso de ataque, elas podem até matar uma pessoa, por isso, sua criação não é permitida em ambientes urbanos ou próximo de residências. "O mesmo não ocorre com as abelhas sem ferrão que, por isso, estão sendo bastante divulgadas, pois permitem a criação em espaços urbanos”, explica Fabiana Moratelli.