Peritos virão a Santa Catarina analisar circunstâncias da morte do ex-prefeito de Balneário Camboriú

Peritos virão a Santa Catarina analisar circunstâncias da morte do ex-prefeito de Balneário Camboriú

Foto: Fagner da Rosa

Peritos nacionais virão a Santa Catarina na semana que vem para analisar fotos e relatos que mostram as circunstâncias da morte do ex-prefeito de Balneário Camboriú, Higino João Pio. O pedido foi feito em conjunto pela Comissão Nacional da Verdade, Comissão Estadual da Verdade e pelo grupo de estudos da FURB, que promoveu a audiência pública nesta semana sobre as circunstâncias em que ocorreram as violações de direitos humanos ocorridas no Vale do Itajaí durante o período do governo militar (1964 a 1985).
 
A audiência contou com a presença do reitor da FURB, João Natel, do presidente da Câmara de Vereadores de Blumenau, Vanderlei de Oliveira, da coordenadora do Coletivo Catarinense pela Memória, Verdade e Justiça, Derlei de Luca e do procurador do Estado, Naldi Teixeira.
 
A vinda dos peritos é uma das consequências práticas desta audiência. Na quarta-feira e quinta-feira, o grupo de estudos da FURB, liderados pelo professor Nildo Inácio ouviu ao todo nove pessoas, entre as que foram torturadas e familiares. Das nove, dois casos de supostos assassinatos.
 
Esta foi a primeira audiência pública do gênero no país organizada fora de uma capital. O grupo seguirá os trabalhos. 
 
Em 1969, Higino Pio foi levado por agentes da Polícia Federal ao quartel da Escola dos Aprendizes da Marinha, em Florianópolis. Ficou preso e incomunicável por 11 dias, até ser devolvido à família. Morto. O corpo foi enterrado em Itajaí. A causa da morte informada na época foi suicídio.