O impacto das indústrias nas regiões em que estão instaladas é notável, seja pela geração de emprego ou pela influência cultural e ambiental que exerce. Os resultados da pesquisa de Iniciação Científica da Universidade Regional de Blumenau (FURB) que analisou a história do desenvolvimento regional do entorno do Parque Malwee, no município de Jaraguá do Sul, apontam que a preocupação socioambiental de uma empresa privada acabou criando um espaço e modificando os processos de desenvolvimento local, tendo um papel de agente para o desenvolvimento regional e seu entorno.

 

A pesquisa realizada pelos estudantes pesquisadores Juliano Nazário, do curso de História, e Kayuã Girardi, do curso de Ciências Sociais da Universidade Regional de Blumenau, foi financiada pelo Programa de Bolsas Universitárias (UNIEDU) e o Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior (FUMDES) da Secretaria de Educação do Estado de Santa Catarina.

 

Com o objetivo de investigar o desenvolvimento do Parque Malwee e seu entorno, durante um ano de projeto os estudantes se concentraram nas ciências sociais aplicadas com uma abordagem teórica e metodológica da história ambiental para tecer o estudo.

De forma mais específica, foram em busca de compreender o processo histórico de ocupação e colonização do município de Jaraguá do Sul e da região do parque, além de identificar na história os processos de desenvolvimento local e analisar as transformações socioambientais proporcionadas pela existência e funcionamento do parque.

Para isso, analisaram fontes bibliográficas principalmente regionais, documentos oficiais, artigos técnico-científicos, jornais, censos econômicos, atlas e mapas para montar a base de dados do estudo.

 

 

No texto escrito pelo estudante Kayuã para divulgação dos resultados da pesquisa, ele explica que com o aprofundamento do desenvolvimento industrial, a pauta ecológica e de preservação do meio ambiente ganhou mais força e a sociedade passou a cobrar medidas mais sustentáveis das indústrias e suas cadeias produtivas.

 

Com o Grupo Malwee, fundado pela família Weege, também não foi diferente, e já em 1970 foram influenciados pela revolução ambientalista. Além da questão ambiental, a cidade de Jaraguá do Sul e região eram carentes de espaços de esporte, lazer e cultura para a população. O terreno onde se encontra o parque era uma área de cultivo de arroz que foi reflorestada com espécies endêmicas e exóticas, que contribui também para a conservação de aves da floresta atlântica.

 

“Além de seu papel na preservação ambiental, o parque se converte também em fonte de investigação e pode contribuir em questões relacionadas a culturas e identidades presentes na região”, explica o pesquisador Juliano. Os estudantes afirmam também que o parque foi um ponto chave para o desenvolvimento não só econômico, mas também esportivo e cultural da população local.

 

“Com o tempo e o desenvolvimento da indústria têxtil, alimentícia e metal-mecânica, a cidade cresceu, surgiram novas necessidades e em resposta a elas, o parque foi se adaptando”, conta Kayuã. Outros pontos ressaltados por ele são a contribuição para o desenvolvimento humano da cidade, o forte apoio ao lazer e ao esporte, seja ele amador ou profissional, e o turismo, que acabou se desenvolvendo devido ao parque.