Pesquisa é destaque em educação médica

Pesquisa é destaque em educação médica

Foto: CMC / Cristina Sant'Anna

Com a temática da Prática Deliberada aplicada ao ensino de Histologia, a pesquisadora Cristina Sant’Anna, aluna de doutorado da pós-graduação em Ciências Médicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), aplicou sua pesquisa com estudantes do curso de Medicina da Universidade Regional de Blumenau (FURB).
 
A pesquisa “Estudo prospectivo controlado randomizado sobre o efeito da Prática Deliberada como metodologia de ensino de Histologia na graduação em Medicina”, realizada entre o segundo semestre de 2018 e o primeiro de 2019, foi apresentada de forma virtual no dia 16 de outubro, no 58º Congresso Brasileiro de Educação Médica (Cobem), onde foi destaque como o melhor trabalho entre os mais de 4 mil enviados.
 
A Prática Deliberada tem como pressuposto central que o desempenho superior, ou "expertise"em determinada área, é adquirido gradualmente através do investimento em tarefas de treino que o indivíduo possa dominar sequencialmente. É muito utilizada por músicos e atletas como uma forma de treino intensivo para melhorar o desempenho. Atualmente, ela vem sendo praticada na área médica e científica também, como forma de aprimorar processos específicos.
 
Aplicação da pesquisa
 
Na pesquisa realizada pela doutoranda Cristina Sant’Anna, a Prática Deliberada foi aplicada para analisar sua eficiência no ensino da Histologia, área que estuda os tecidos biológicos. A pesquisadora conta que a parceria com a FURB foi realizada pois já tinha familiaridade com a Universidade, onde já lecionou para os cursos da área da Saúde e das Ciências Naturais.
 
As professoras da FURB que firmaram parceria com Cristina foram Cláudia Almeida de Albuquerque e Sara Baraúna, ambas da área da Histologia, além das avaliadoras selecionadas para acompanhar atividades e progressos dos estudantes, Mara Pivesso e Graziela Barni.
 
Conforme explicou Cristina Sant’Anna, os alunos foram separados de forma aleatória em dois grupos, que seguiram o curso fazendo práticas diferentes. O primeiro realizava a Prática Deliberada em laboratório, localizando as estruturas pelo microscópio e o outro realizava jogos e atividades teóricas em sala de aula.
 
A partir dessas práticas, as avaliações de acertos e tempo de resposta foram feitas às cegas, de modo que as  avaliadoras não tinham conhecimento sobre a qual grupo o participante pertencia. A partir de análises estatísticas dos resultados, Cristina concluiu que a Prática Deliberada foi mais efetiva e que os alunos que realizaram essa prática tiveram melhores desempenhos.
 
A pesquisa foi aprovada pelo Conselho de Ética da Universidade e os acadêmicos do curso de Medicina que participaram do curso extraclasse assinaram documentos de consentimento. Ao final dos dois semestres de curso, realizado como um projeto de extensão da UFSC, os acadêmicos receberam ainda certificados e horas de AACC.
 
Preocupada com o feedback sobre as práticas e conhecimentos dos alunos dos diferentes grupos, ao final das atividades foi realizado também um questionário de satisfação. “A gente queria um resultado sobre a opinião deles, do que eles acharam. O legal é que no questionário deu pra ver que os dois grupos gostaram bastante de participar” comemora a pesquisadora.