Pesquisa sobre representação feminina em games na MIPE

Pesquisa sobre representação feminina em games na MIPE

Foto: CMC / Dota Creative Commons

A indústria de jogos digitais, no geral, tem o gênero masculino como público-alvo, apesar de muitas mulheres também consumirem este tipo de entretenimento. Uma consequência disso é a forma como as personagens femininas são representadas nos jogos para videogames e computadores: quase sempre submissas aos protagonistas e extremamente sexualizadas.  
 
A professora dos cursos de Sistemas de Informação e Ciência da Computação da FURB, Luciana Pereira de Araújo Kohler, conduziu um projeto de pesquisa que buscou identificar como as personagens femininas são representadas dentro dos jogos digitais, com o objetivo de divulgar e distribuir os dados coletados na intenção de trazer visibilidade e conscientização para os novos desenvolvedores da área dos games. 
 
Entre os 100 jogos digitais mais jogados (de acordo com a plataforma Steam), apenas 19 contemplam personagens femininas. No total, a coleta de dados identificou mais de 200 personagens femininas retratadas de maneira sexualizada nos jogos digitais.  
 
Durante o desenvolvimento da pesquisa, descobriu-se que a sexualização se dá por conta do grande número de jogadores do sexo masculino. A professora afirma que este cenário precisa mudar: “muitas adolescentes jogam e se as meninas se enxergam em uma personagem, as coisas se tornam mais fáceis. Elas entendem que podem fazer parte desse universo. Observamos que muitas vezes as personagens são retratadas em lutas com poucas roupas e sem equipamentos. Algumas personagens, como a Lara Croft, evoluíram e já estão mais equipadas, é isso que esperamos dos outros jogos também”. 
 
O projeto, agora finalizado, fará uma participação na 14ª Mostra Integrada de Pesquisa e Extensão (MIPE). Os interessados em saber mais sobre a pesquisa podem conferir os resultados e comentários dos dias 18 a 20 de novembro neste link.  
 
Uma das expectativas é abrir portas para estudos futuros que abordem essa representatividade. A professora Luciana conta que um novo estudo já está em andamento com o objetivo de compreender como as mulheres jogadoras se sentem em relação às personagens representadas nos jogos digitais. Para isso, serão aplicados questionários na comunidade gamer e analisados posteriormente. 
 
Este tema, extremamente atual, aborda uma questão social impactante e de muita importância, além de trazer uma conexão com o Meninas Digitais Vale do Itajaí, um projeto também coordenado pela professora Luciana e que fala sobre representatividade feminina dentro da Ciência da Computação.