Representatividade feminina: cresce número de mulheres matriculadas em cursos como Engenharia e TI
Por Camila Maurer [13/11/2024] [14 h59]
Na Universidade Regional de Blumenau (FURB), as mulheres correspondem a 60% dos estudantes matriculados nos cursos de Graduação. Mesmo em cursos tradicionalmente dominados pelos homens, como Engenharia Civil e Ciência da Computação, a representatividade feminina está em crescimento. Um levantamento realizado pela professora Natália Salamoni, do curso de Engenharia Civil, revelou que, na primeira década de existência do curso, as mulheres eram apenas 12% dos formandos. Nas décadas seguintes, a proporção aumentou gradativamente. Atualmente, as mulheres correspondem a 30% dos formandos do curso.
Maryane Cordeiro de Queiroz é professora do curso de Engenharia Civil e avalia que a representatividade feminina na engenharia tem aumentado ao longo do tempo tanto nas salas de aula quanto no mercado. “Hoje, é comum ver mulheres em grandes projetos de engenharia, tanto na execução quanto na concepção de grandes obras”, enfatiza. As professoras reconhecem que as mulheres ainda enfrentam dificuldades no mercado de trabalho da Engenharia Civil. “Acredito que ainda existem muitos desafios, sobretudo para aquelas mulheres que optam por seguir a área de gestão de obras. Grande parte da mão de obra da engenharia civil é masculina. É um grande desafio essa questão do preconceito e a necessidade de precisar se impor perante os homens”, avalia.
No curso de Ciência da Computação, a representatividade feminina também é um desafio a ser vencido. Um levantamento realizado pela estudante Larissa Antunes mostrou que a presença de mulheres no curso está crescendo, ainda que a passos lentos. Hoje, elas representam 18% do total de estudantes matriculados. Dez anos atrás, eram apenas 10%.
Larissa Antunes é estudante do sexto período do curso de Ciência da Computação da FURB e tem nas colegas e professoras inspiração para seguir na carreira, apesar dos desafios: “a gente tem professoras que nos apoiam e que tiveram uma carreira brilhante. A gente olha, se inspira e vê que a gente também tem a possibilidade de ter uma carreira brilhante tanto quanto elas”, destaca.
O projeto de extensão Meninas Digitais do Vale do Itajaí, coordenado pela professora Andreza Sartori, busca mudar essa realidade e promover a igualdade de gênero no mercado de computação. “O projeto é chancelado pela Sociedade Brasileira de Computação, visto que a pouca entrada de meninas nos cursos é uma situação que acontece em todo o país”, explica Sartori. O projeto oferece oficinas para estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio para fomentar o interesse das adolescentes pela computação e incentivar a busca pela formação na área.