Estudante da FURB apresenta TCC que propõe novos sinais para facilitar a comunicação de pessoas surdas na busca por atendimentos estéticos
Por Lucas Adriano [12/11/2025] [16 h54]
A estudante Jéssica Aparecida Bonsenhor, do curso de Biomedicina da FURB, apresentou na tarde desta terça-feira (11) o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) que trouxe um novo olhar sobre acessibilidade, inclusão e altruísmo no campo da saúde. A jovem é surda e desenvolveu um glossário com novos sinais, baseados na Língua Brasileira de Sinais (Libras), para melhorar a comunicação de pacientes surdos durante um atendimento em clínicas estéticas.
“Comecei no curso de Biomedicina e fui percebendo que faltavam muitos sinais na área. Eu tinha que ir pesquisando, procurando e eu pensei que no futuro seria importante ter um sinalário e como relacionar os sinais da área da saúde com a Biomedicina. Se um surdo procura um atendimento, ele precisa pesquisar também, ele pode consultar. (...) Durante a banca eu fiquei bem nervosa, mas achei que foi bom porque a minha orientadora ajudou a corrigir, ajudou a tirar algumas dúvidas importantes e eu me senti confiante. Acho que no futuro, para uma publicação, o meu TCC será bem útil”, avalia a estudante.
A defesa do TCC foi assistida por colegas e familiares de Jéssica, com o acompanhamento dos intérpretes de Libras João Pedro da Silveira Faral e Michelle Schier, servidores vinculados à Coordenadoria de Assuntos Estudantis (CAE) da FURB. O setor da Universidade dispõe de uma equipe multiprofissional para auxiliar em casos como o da Jéssica, acompanhando o estudante diariamente ao longo de sua vida acadêmica sem nenhum custo.
Durante a apresentação do trabalho, Jéssica respondeu aos questionamentos da banca, que tinha em sua composição também um professor do Centro de Ciências da Educação, Artes e Letras (CCEAL) da FURB estudioso da Língua Brasileira de Sinais. Segundo a professora Márcia Azevedo Bastian Manfredi, orientadora do trabalho, este TCC é o primeiro do curso de Biomedicina que explora a comunicação acessível e a Língua Brasileira de Sinais. Conforme a docente, Jéssica dá mais um passo para se tornar, em breve, a primeira biomédica surda formada pela FURB.
“Quando a gente tem boa vontade e quer chegar a algum lugar, não existe barreira. Eu acho que a Jéssica é um exemplo disso. Mesmo com todas as dificuldades que ela teve ao longo da graduação, o esforço dela mostrou que ela foi muito maior do que a dificuldade enfrentada. (...) Foi um processo difícil para nós como professores também, porque era novo dentro de sala de aula. Ela foi brilhante na sua defesa, este é um tema extremamente importante e traz luz para outras pessoas que hoje se intimidam em buscar uma oportunidade”, afirma a professora Márcia Manfredi.

