O Sistema de Informações Gerenciais e de Apoio à Decisão da FURB (SIGAD) divulgou, com base nos dados do Ministério da Economia (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, da Secretaria do Trabalho), o saldo de empregos parcial de Blumenau até o mês de abril, que é de 2.308 empregos na cidade, em 2020.

 

Segundo as informações da base de dados do governo, só no mês de abril o total de demitidos foi 7.316 pessoas em Blumenau, porém com 1.545 admissões o saldo ficou em -5.771 empregos no quarto mês de 2020, o pior do ano e o pior de todos os meses da série histórica desde 2004.

 

A questão dos empregos e da economia reforça decisão da prefeitura de Blumenau a divulgar, nesta sexta-feira, 29 de maio, o adiamento da Oktoberfest, com data para realização ainda este ano, no mês de novembro. A prefeitura de Blumenau anunciou que a festa não ocorrerá no mês de outubro, sendo, a princípio, adiada para o mês seguinte. Porém, até final de agosto será reavaliado se a Oktoberfest pode ou nãoacontecer neste ano.

 

“Só para referência, o PIB municipal por trabalhador anual é de R$ 136.000,00 por ano. A não realização da Oktober seria o equivalente a 1838 empregos, porque a festa representa em torno de 1% do PIB municipal, sem considerar os efeitos em outras atividades econômicas”, disse o coordenador do SIGAD, Prof. Me. Nazareno Loffi Schmoeller, do Departamento de Economia da FURB.

 

Coordenado pelo professor Nazareno e executado junto ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da FURB (PPGDR), o SIGAD tem por objetivo disponibilizar dados atualizados e confiáveis para o processo de tomada de decisão de investimentos públicos e privados em Blumenau e região. Informações sobre o sistema podem ser encontradas no site furb.br/sigad.

 

Indústrias de transformação (-2.847) e comércio (-1.025) foram as áreas com pior saldo no mês de abril, segundo os dados da base do governo. “Com os dados de desemprego de março e abril, a projeção de queda do PIB é de quase 5% para Blumenau. Se em maio e junho continuar o desemprego, ou, se o ritmo de retorno for mais lento, esta queda pode ser maior”, analisa o professor Nazareno Schmoeller.

 

Embora os resultados não sejam animadores, os dados divulgados pelo SIGAD mostram que 2020 está com saldo maior que os anos de 2015 e 2016, que terminaram com -4.421 e -3.279 empregos, respectivamente. “Estes três primeiros meses, maio, junho e julho, serão cruciais para a retomada segura. Importante que o transporte coletivo retorne, e principalmente as aulas presenciais a partir de agosto. Se tudo isto der certo, do ponto de vista econômico, se pode esperar uma recuperação, ou pelo menos estabilizar o emprego”, disse o coordenador do SIGAD.