O Dia dos Professores, 15 de outubro, começou para a reitora da Universidade Regional de Blumenau, Marcia Sardá Espindola, logo às 7 horas da manhã para uma entrevista na Rádio Clube de Blumenau, com o jornalista Alexandre Pereira. Ela falou sobre os investimentos da FURB com cursos que formam professores e lembrou um pouco de sua trajetória docente.

 

A universidade é um ambiente em que profissionais de várias áreas se tornam professores, como médicos, engenheiros, advogados ou arquitetos, como é o caso da reitora Marcia. “Não imaginava ser professora”, disse, revelando que a missão se tornou ainda maior, “uma paixão muito grande” revela. Ela é filha de Amélia Maria Sardá, que saiu de Santo Amaro da Imperatriz para Otacílio Costa, onde foi a primeira professora do município.

 

“O grande negócio da FURB é o ensino de graduação”, sintetiza a reitora, considerando que o amplo acesso à informação nos dias atuais vem aumentando o desafio dos professores universitários que, assinala, devem buscar atualização e novidades constantes. Sobre este aspecto, enfatizou que a FURB foi reconhecida em 2019 como uma das universidades brasileiras mais inovadoras.

 

Dentre as instituições de ensino superior do interior de Santa Catarina a Universidade de Blumenau é a que oferece o maior número de licenciaturas presenciais, ou seja, os cursos que formam os futuros professores. A última licenciatura aberta foi de Física, graças a um programa do Governo do Estado de Santa Catarina que oportunizou vagas gratuitas em universidade do sistema da Associação Catarinense das Fundações Educacional (Acafe).

Com a dedicação à formação docente, a FURB torna-se responsável pelas aulas que acontecem no ensino básico e médio. Esse é um fator preponderante para se tomar cuidado com a proliferação de licenciaturas 100% à distância. “Estamos passando por uma crise na educação. O jovem chega no ensino superior com preparo não tão bom como antes”, argumentou a reitora, para lamentar que há desvalorização da profissão de professor e que “sabemos que não é uma grande meta no Brasil”. Salário e qualificação, salientou a reitora, são fundamentais.

 

Antes de ser reitora, Marcia Sardá passou por diversas atividades na FURB, desde estudante de ensino médio, de graduação, monitora, bolsista, servidora, professora, diretora de centro. Há 30 anos trabalha na instituição. Servidores como ela, com 25 e 30 anos de casa, serão homenageados no Dia do Servidor Público, 28 de outubro.

 

 “A FURB é muito grande, mas ela é muito unida, parece uma grande família. Mesmo em momentos mais difíceis todos querem lutar porque têm um grande amor pela FURB, é isso que nós sentimos de todos os servidores”, concluiu a reitora. Sobre as dificuldades dos seus primeiros nove meses de gestão, afirmou: “nós sabíamos que seria difícil, 2018 foi bem difícil porque teve o nono ano, então caiu bastante o número de estudantes. Ajustes foram necessários, não foi fácil assumir a gestão e dar reajuste zero, nós não demos aumento salarial neste ano. Mas foi importante para ajustar as contas da Universidade”, explicou, complementando que apenas a receita com graduação sempre foi o foco da FURB, mas agora “estamos buscando diversificar”. Com pós-graduação, cursos de formação de curta duração, abrindo também para a comunidade definir demandas.