Seminário aborda ética socioambiental, povos tradicionais e desenvolvimento

Seminário aborda ética socioambiental, povos tradicionais e desenvolvimento

Foto: Divulgação do evento

Nos dias 21 e 22 de novembro, a Universidade Regional de Blumenau (FURB), junto ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional (PPGDR), organiza o seminário "Ética Socioambiental, Povos Tradicionais e Desenvolvimento: reflexões sobre raça, gêneros e relações com não humanos". O evento faz parte do projeto de pesquisa "Povos tradicionais em Santa Catarina. Território, conflitos ambientais e ética socioambiental".

Programação

Na segunda-feira, dia 21, acontece uma mesa redonda com o tema: "Opressões raciais e de gênero na produção do território: implicações com a natureza e os seres não humanos", com início às 19h, a mesa será mediada pelo mestre Rodrigo Bucussi, e também contará com a participação dos professores Dra. Halina Leal, da FURB, que falará sobre "antirracismo, lugar e pertencimento, sob o olhar de Bell Hooks"; Dra. Tânia Kunhen, da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), que falará sobre "reflexões para um ecofeminismo latino-americano;  Dr. Luciano Florit, da FURB, que discutirá "a contribuição da ecologia decolonial para a ética socioambiental". A mesa redonda será no auditório do Bloco J, campus 1 da Universidade de Blumenau.

Terça-feira, dia 22, entre 15h30 até as 17h30, ocorre uma roda de conversa com cipozeiros e quilombolas.  A roda de conversa acontece no bloco S, sala 101, campus 1, e a líder cipozeira, Judith Lopes de Sousa já está confirmada. Haverá também mostra de artesanato.  "Quilombolas é o agrupamento de pessoas negras que tem uma ancestralidade relacionada à escravidão, já os cipozeiros são uma comunidade tradicional que existe aqui em Santa Catarina e que vive do artesanato com base no cipó. Eles têm toda essa tradição de produzir artesanato, de pegar esse cipó na mata e fazer disso algo ecológico e sustentável de continuidade, para que o cipó não desapareça", explica Luciano Florit, professor no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional (PPGDR).

Também na terça, entre 18h30 e 19h, no auditório da Biblioteca Universitária, campus 1, ocorre a divulgação do livro "Agroextrativismo e território: modos de vida sustentáveis na Amazônia brasileira", escrito pelos doutores Luciano Florit e Charles Carminati. O livro é relacionado a um projeto do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), será lançado em e-Book e 100 exemplares físicos disponibilizados pela editora. 

"O livro trata sobre agroextrativismo, extrativismo da castanha, como eles utilizam essa castanha e outros afazeres para se manter dentro da floresta. É o estudo dentro de uma unidade de conservação de uso sustentável de domínio federal em Rondônia, a Reserva Extrativista de Ouro Preto", comenta o professor Charles Carminati de Lima, professor da Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

Entre 19h até 21h15, uma mesa redonda aborda o tema "Povos tradicionais: relações com a terra, natureza e outras espécies", no auditório da Biblioteca, campus 1. A mesa será mediada pelo mestre Roni Pichetti e contará com a participação do Dr. Charles Carminati, professor da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), que trará uma discussão sobre "Comunidades amazônicas sob perspectiva ética socioambiental: o caso de comunidades extrativistas em Rondônia;  Dr. Caetano Barbará Dias, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que traz o tema "Povos tradicionais e relações multiespécie em perspectiva decolonial"; Dra. Raquel Mombelli, do Comitê de Quilombos da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), que traz como tema "Panorama das comunidades quilombolas de SC".

"Primeiramente, existe uma questão do direito desses povos, porque nós precisamos reconhecer esses direitos que no geral são negligenciados. Essas comunidades são atropeladas, menosprezadas, são tratados como inferiores porque não participam da área urbana, não participam da produção industrial, são menosprezados por vários fatores, inclusive o racismo", explica Florit.

O Seminário "Ética Socioambiental, Povos Tradicionais e Desenvolvimento: reflexões sobre raça, gêneros e relações com não humanos" é organizado e desenvolvido como ação da Cátedra UNESCO em Educação Superior e Povos Indígenas e Afrodescendentes na América Latina, pela qual diversas ações têm sido realizadas a fim de combater o racismo na Universidade e na sociedade.

A programação é gratuita e aberta à comunidade.