Tese apura modo de produção capitalista no Alto Vale
Por Gabinete da Reitoria/Jornalismo [21/09/2017] [09 h23]
A doutoranda Tatiane Aparecida Viega Vargas, do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da FURB faz a defesa pública de tese nesta sexta-feira, dia 22, a partir das 14h30min., na sala D-401 (Campus 1).
“Acumulação primitiva e formação socioeconômica: análise do processo de acumulação na formação da microrregião do Alto Vale do Itajaí” é o título do trabalho.
Compõe a Banca Examinadora: Prof. Dr. Ivo Marcos Theis – FURB; Prof. Dr. Alcides Goularti Filho – UNESC; Prof. Dr. Claudio Machado Maia – UNOCHAPECÓ; Prof. Dr. Leonardo Brandão – FURB; Profa. Dra. Lilian Blanck de Oliveira – FURB; Suplentes: Prof. Dr. Gilberto Friedenreich dos Santos – FURB e Prof. Dr. Marilda Rosa G.C.G. da Silva – FURB.
Resumo da tese
Esta tese tem como objeto de pesquisa a acumulação do capital na formação socioeconômica do Alto Vale do Itajaí, localizada na mesorregião do Vale do Itajaí, no Estado de Santa Catarina. Outras pesquisas foram desenvolvidas sobre a região, mas nenhuma considerando especificamente o processo de acumulação primitiva do capital.
O objetivo central do estudo foi apurar como o modo de produção capitalista se estruturou na região, dedicando especial atenção as práticas predatórias e expropriativas às quais foram submetidos seres humanos e a natureza. Ainda são poucos os estudos sobre o Alto Vale do Itajaí, principalmente analisados numa perspectiva dialética dando visibilidade para o período que antecede o capitalismo industrial.
A tese nasceu do pressuposto que o contexto socioeconômico experimentado na região foi produzido pela acumulação primitiva do capital que derivou da reprodução do capital de outras regiões e que as mesmas práticas predatórias e expropriativas que foram identificadas na constituição do capital europeu e brasileiro foram utilizadas no Alto Vale. O fato do modelo de colonização ser privado, considerando que o Estado sempre esteve presente no desenvolvimento capitalista, pode não ter gerado grandes latifúndios, mas não impediu que formas predatórias e expropriativas tivessem lugar na história do Alto Vale.
Todavia, a ideia da tese ainda foi imprimir um olhar crítico sobre os acontecimentos, ou ainda, “escovar a história a contrapelo”. O pensamento teórico desta pesquisa foi o processo de acumulação primitiva contextualizado a partir de Karl Marx, Rosa Luxemburg e David Harvey.
O percurso metodológico foi uma vasta revisão bibliográfica dos materiais publicados sobre a região, bem como da documentação indireta disponibilizados nos Arquivos Públicos.