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Orientada pelo professor doutor Ernesto Jacob Keim – que trabalha há 12 anos com a comunidade Xokleng no Alto Vale do Itajaí e atualmente coordena o Programa de Pesquisa Revitalização da Língua e da Cultura Laklanô –, Mariana estuda em “O teatro na educação escolar indígena: ética, estética e emancipação humana” como professores indígenas podem utilizar as artes cênicas em sala de aula para manter sua língua nativa.

 

A dissertação da acadêmica vai ajudar a construir a base teórica da especialização lato sensu Educação e Interculturalidade do Bem Viver, que começou de maneira experimental na FURB em 2010, com quatro bolsistas do Mestrado em Educação, seis alunos da graduação e nove professores indígenas. Os participantes tiveram uma série de encontros no Alto Vale, inclusive passando semanas inteiras junto à comunidade Xokleng. “Os próprios alunos estão ajudando a construir o curso, e está sendo uma experiência excelente para eles”, afirma Keim. Entre as questões abordadas ao longo dos últimos semestres estão: educação para crianças, as diferentes visões ambientais entre o homem ocidental e o índio, cosmovisão e religiosidade na terra indígena.

 

Já na dissertação “A construção da escrita por alunos adultos: análise de processos de ensino com base na teoria histórico cultural do desenvolvimento”, a aluna Sheyla Aparecida Pereira aproveitou sua experiência como professora de Língua Portuguesa para jovens e adultos do SESI para realizar uma pesquisa com duas categorias de análise, segundo seu orientador, o professor doutor Edson Schroeder. “Todos os alunos haviam estudado até, no máximo, a quarta série. Ela buscou qual o significado da escola para estes adultos, e por que motivo eles estavam de volta aos bancos escolares por vontade própria. Uma segunda categoria analítica aborda qual o significado de voltar a escrever, a se comunicar através da escrita”, explica Schroeder.

 

Em seu trabalho como professora, Sheyla leva os alunos para sessões de cinema, livrarias e bibliotecas, além da FURB, provocando-os em seguida a escrever sobre a experiência. “Alguns sequer tinham ido a um shopping na vida. Falar é fácil, escrever exige mais. Sheyla pôde perceber como esta capacidade foi evoluindo ao longo do tempo, e o resultado é um trabalho muito bonito e interessante”, adianta o orientador.