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11/09/2012 - Vendados, alunos da Medicina vivem "dia sem visão" em trote solidário

Segundo dados do IBGE de 2010, mais de 6,5 milhões brasileiros possuem alguma deficiência visual. As coisas mudaram, a adaptação está crescente, mas mesmo com os avanços tecnológicos, legislativos e na conscientização da população, cidadãos com problemas de visão ainda passam por dificuldades, necessitando de auxílio da comunidade no cotidiano.

 
Na busca por um novo olhar da sociedade em relação à deficiência visual, calouros de Medicina da Universidade Regional de Blumenau (FURB) participam nesta quinta-feira (13/9), a partir das 8h30min, na Associação de Cegos do Vale do Itajaí (Acevali, na Rua Londria, 30 – Velha, Blumenau), de um inédito trote solidário. Com os olhos vendados, eles vão participar de uma espécie de “circuito” dentro da instituição, com aulas de braile, musculação, artesanato, locomoção e goalball, uma versão de futsal para cegos. Vão subir e descer escadas e sentir na pele a vida de uma pessoa com deficiência visual.
 
“Estes são os cursos que a Acevali oferece na cidade. Eles ajudam as pessoas com deficiência visual a voltar à vida. Muitos ainda hoje ficam jogados dentro de casa, como se fossem vegetais. Com o trote, queremos conscientizar a população e fazer com que as pessoas se apaixonem pelo trabalho da instituição”, conta o professor de Medicina e cirurgião plástico Leonardo Aguiar, um dos idealizadores do trote solidário, intitulado “O essencial é invisível aos olhos”.
 
Pedágio
Dois dias depois do trote, no dia 15/9, os estudantes se juntam a centenas de voluntários e amigos da Acevali para o “Eu digo sim”, um pedágio que pretende surpreender a comunidade. Haverá atrações em sinaleiras, outdoors por Blumenau, atuação em mídias sociais e divulgação das necessidades da Acevali em veículos de comunicação da região. Serão 15 pontos de doação das 8h às 12h.
 
Com um gasto mensal de cerca de R$ 15 mil, a Acevali tem nos pedágios uma das principais fontes de renda para o pagamento de contas e a garantia das aulas, cursos e refeições oferecidos diariamente pela entidade.
 
Para ser voluntário no pedágio, informe-se com a instituição pelo telefone: (47) 3328-4796.
 
Dificuldades para os cegos no país
Sem enxergar desde 1975, o aposentado e dirigente da Acevali, Ademar Hausmann, hoje com 65 anos, sente que o Brasil ainda não se adequou aos deficientes visuais. “Infelizmente, em nosso país, o governo dá pouca atenção aos cegos. A maioria das coisas adaptadas é importada, mas deveriam ser produzidas aqui no Brasil. Um exemplo é a máquina de datilografia de braile, que custa R$ 3,5 mil”, reclamou.
 
A cegueira de Hausmann foi causada por um acidente de trabalho. Com o rompimento de uma tubulação de soda cáustica onde trabalhava na época, perdeu 100% da visão. Sua vida mudou totalmente. “Num primeiro momento, quando sofre um acidente grave, você pensa: tudo acabou! Sofri uma transformação total. Tropeçava, não sabia escrever, me tornei analfabeto. Tive que aprender braile. Comecei do zero.”
 
Para o dirigente, o preconceito diminuiu ao longo dos anos. “Sempre vai existir, mas reduziu bastante. Até o mercado de trabalho está mais aberto. Uma vez, ninguém dava serviço para um cego, e agora as empresas até procuram”, finalizou.
Publicação: 11/09/2012 - Coordenadoria de Comunicação e Marketing | Foto(s): Rob Sinclair-Creative Commons

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