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ARQUIVO DE NOTÍCIAS


11/04/2013 - Primeiros volumes de Inventário Florístico-Florestal catarinense já estão disponíveis na Internet

Santa Catarina é o primeiro estado brasileiro a concluir seu Inventário Florístico-Florestal (IFFSC). Depois de cinco anos coletando dados em florestas de todo o Estado, os quatro primeiros volumes da pesquisa – que envolveu 150 pesquisadores e acadêmicos da FURB, UFSC e Epagri – já estão disponíveis na Internet, em formato PDF, trazendo uma sólida base de dados com informações por vezes alarmantes e, por vezes, alentadoras. Foram impressos 1 mil exemplares de cada volume, que estão sendo distribuídos para escolas, universidades, bibliotecas e instituições públicas.

 
O levantamento apontou, por exemplo, que Santa Catarina preserva uma das maiores coberturas florestais do país – quase um terço do território estadual – e cerca de 40% das espécies de plantas encontradas em toda a Mata Atlântica. Por outro lado, as florestas catarinenses não contam com um número adequado de indivíduos jovens e as espécies têm baixa diversidade genética. As florestas maduras, com pouca influência humana (conhecidas como primárias), formam menos de 5% do total de remanescentes florestais, segundo a pesquisa.
 
 
Trabalho inédito
A serem realizados em todos os estados brasileiros , de acordo com os planos do Serviço Florestal Brasileiro, órgão do Ministério do Meio Ambiente, inventários florestais são um dos melhores métodos para conhecer o estado de conservação ou degradação de florestas e desenvolver, a partir dos dados obtidos, políticas adequadas de conservação e utilização de recursos naturais. “É um trabalho inédito e aprofundado, que gera dados essenciais para a gestão ambiental. Desde 1950 não tínhamos estudos do gênero em Santa Catarina, e através da metodologia que aplicamos, pudemos obter amostras de 10 em 10 quilômetros – no Amazonas, devido à extensão territorial muito maior, as amostras são obtidas em áreas distantes até 100 quilômetros”, afirma o professor doutor Alexander Vibrans, do Departamento de Engenharia Florestal da FURB, coordenador do IFFSC.
 
Os pesquisadores catarinenses mediram mais de 200 mil árvores e coletaram 85 mil plantas em 440 unidades amostrais, cada uma delas com um total de 4 mil metros quadrados. Foram identificadas espécies arbóreas, arbustivas, herbáceas e epifíticas – estas últimas, tema dos dois próximos volumes do inventário, a serem lançados em maio. Foco do sétimo volume, com lançamento previsto para 2014, são as espécies raras e ameaçadas de extinção.
 
Ação humana
A pressão humana cada vez maior sobre as florestas e demais recursos naturais é a grande justificativa para a realização dos inventários. A exploração inadequada, através do corte seletivo ou raso, pastoreio, e da conversão para usos distintos tem empobrecido e fragmentado as florestas catarinenses, principalmente as secundárias, mais jovens, com 30 a 50 anos de idade. Com a pesquisa, a ideia é que os governos disponham de dados que possam indicar onde e como é possível permitir a exploração econômica desses recursos.
 
A missão da Epagri no desenvolvimento da pesquisa foi a realização de 777 entrevistas com a população rural que habita áreas de entorno das unidades amostrais. Conscientes da necessidade e dos benefícios de preservar as florestas, ao mesmo tempo os entrevistados percebem um grande distanciamento dos órgãos de fiscalização e licenciamento ambiental. A falta de capacitação para o manejo das florestas nativas gera ações disparatadas, como a erradicação de espécies nativas para evitar “problemas”. “Tempos atrás, foi incentivado pelos governos o plantio de pinus em áreas de reflorestamento, sendo que desde 1950 pesquisadores sugeriam o estímulo ao plantio de espécies nativas. Queremos alavancar essa ideia novamente”, afirma Vibrans.
 
Para tanto, o Conselho do Meio Ambiente de Santa Catarina pretende entregar na cerimônia oficial de lançamento dos primeiros quatro volumes do inventário um documento com quatro diretrizes para uma nova política florestal em Santa Catarina. “São programas que pretendem transformar a pesquisa em ações práticas”, explica o professor da FURB.
 
Entre as ações, os pesquisadores propõem a criação de incentivos para o plantio e o uso de espécies nativas, a criação de um serviço de extensão florestal para  capacitar os  proprietários rurais para o manejo e preservação de florestas e a integração de ações de órgãos como a Epagri, a Polícia Ambiental, a Fundação do Meio Ambiente e o Ministério Público do Estado. A pesquisa foi financiada pela Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica de Santa Catarina (FAPESC).
Publicação: 11/04/2013 - Coordenadoria de Comunicação e Marketing | Foto(s): Divulgação/IFFSC

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