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O Prof. Dr. António Nóvoa, catedrático da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, proferiu a palestra de abertura do IV Encontro do no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID da FURB, no último sábado (22/03), no teatro Carlos Gomes, intitulada “A formação do professor na contemporaneidade: desafios e perspectivas”. O evento tem o foco nos alunos e bolsistas de licenciaturas e serve como meio para divulgação dos resultados obtidos no PIBID/FURB.

 

Nas suas considerações iniciais, o professor Nóvoa disse que o exercício da docência é uma profissão baseada no conhecimento. Para ele, esta profissão necessita de três questões fundantes: 1) Formação inicial; 2) Indução profissional, e 3)Formação continuada.  Na primeira questão, ele disse que a profissão docente precisa de um lugar institucional na universidade, um lugar de formação de professores e sua profissão. Esta formação passa pelo isomorfismo pedagógico, onde aspirantes a docência aprendam com os que já a exercem, para dar visibilidade  e densidade à profissão. “A voz pública dos professores diminuiu há décadas na sociedade”, afirmou ele.

 

Na segunda questão, sobre a indução profissional, ele postula que é o tempo que se introduz na profissão. Para exemplificar, ele citou Michale Hurbeman, no livro A vida do professor: “O que acontece nos primeiros anos do exercício docente marcam o resto de nossas vidas pessoais e profissionais”. 

 

Na terceira questão, sobre formação continuada, ele utilizou a metáfora de João Guimarães Rosa no seu livro, A terceira margem do rio, propondo a Terceira margem da pedagogia, defendendo o conhecimento profissional docente como o rio, em movimento, que ao percorrer as duas margens, torna possível atingir novas possibilidade no aprender. “O conhecimento docente implica em compreensão, transformação e ensino, envolvendo avaliação e reflexão”, disse Nóvoa.

 

Sobre o processo de aprendizagem, Nóvoa utilizou quatro preposições para sistematiza sua visão de mundo: de, para, com e por. A primeira, na afirmação de aprendizagem para todos, ressaltando a necessidade da educação universal. Na segunda, a aprendizagem para todos, destacou a importância da tarefa do professor em ensinar os alunos que não querem aprender.

 

Na terceira preposição, falou da aprendizagem com todos, propondo uma revolução na educação, envolvendo inteligência,  redes e comunicação, criação. Por último, mas não menos importante, a aprendizagem por todos, em todos os lugares. Finalizando, disse: “O problema não é mudar, mas definir a direção da mudança”.