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A mestranda Andressa Gonçalves, do Programa de Pós-graduação em Administração da FURB, defende nesta sexta-feira (28-11), às 15 horas, na sala C 206 do Campus I, a dissertação intitulada Fatores determinantes da inovatividade de empresas: estudo comparativo entre empresas exportadoras e não exportadoras. O trabalho foi orientado pelo Prof. Dr. Mohamed Amal.

 

Na pesquisa realizada pela mestranda, verificou-se que há um crescente reconhecimento na literatura que um dos caminhos para as organizações obterem vantagem competitiva em seus negócios, que é por meio da sua extensão da capacidade e propensão em desenvolver inovação. A complexidade e o ritmo da mudança tecnológica fazem com que as organizações busquem novas formas de se posicionar e se diferenciar no âmbito mercadológico, buscando alternativas que promovam eficiência em seus processos internos, como resposta às mudanças do mercado.

 

 A maioria dos estudos tem examinado a inovação como uma variável fundamental para o desempenho dos negócios e da sobrevivência das empresas. Porém, apesar de numerosos estudos sobre os fatores que dão origem a capacidade de inovação na empresa, ainda não há consenso sobre como isso pode ser aproveitado para maximizar o desempenho organizacional. Diante desta lacuna encontrada na literatura, o objetivo geral deste estudo é analisar a influência das dimensões da inovatividade sobre o desempenho inovador de empresas exportadoras e não exportadoras da indústria de transformação.

 

Para atingir este objetivo foi aplicada uma pesquisa quantitativa, descritiva, transversal em organizações pertencentes ao setor da indústria de transformação, formada por 24 setores. Participaram da pesquisa 22 setores industriais, localizados nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste brasileiro. Foi aplicado um questionário por empresa, com funcionários de todos os setores da organização. A amostra compôs 301 organizações, e os dados foram analisados por meio da técnica estatística de modelagem de equações estruturais (MEE).

 

Como principais resultados, foi possível constatar que no que se refere a propensão para inovar, as indústrias estão percebendo, por meio das dimensões Técnica, Comportamental e de Estratégia, indicadores que influenciam significativamente na capacidade para inovar, e ainda, na influencia de tais indicadores no desempenho e no resultado de inovação. Outro dado relevante foi o acompanhamento do processo de desenvolvimento de inovação, por meio de ferramentas e tecnologias que permitem monitorar os projetos e o ciclo de desenvolvimento do produto. Constatou-se também, a relevância de uma cultura organizacional e do ambiente interno das empresas, visto como fatores que influenciam e são determinantes no processo de inovação, bem como a decisão estratégica das organizações. Destaca-se ainda, como principal resultado deste estudo, o papel e a influencia das empresas exportadoras nos resultados de inovação. Foi possível constatar, por meio do comparativo entre empresas com atividades no mercado externo e as que atendem somente o mercado interno, que as empresas exportadoras possuem um maior desempenho e resultado de inovação em comparação com as que não exportam.

 

Os resultados indicaram ainda a influencia do efeito moderador de intensidade tecnológica sobre o desempenho de inovação das organizações, visto que quanto maior o nível de intensidade tecnológica, maior será o desempenho de inovação. Vale ressaltar que este trabalho se propôs a testar um novo modelo de mensuração, tendo como base o instrumento de coleta de dados desenvolvido por Quandt, Ferraresi e Bezerra (2013), no qual estabeleceram as dez dimensões da inovatividade.

 

Assim, o modelo teórico operacionalizado neste estudo se apresentou aderente com o agrupamento das variáveis em três dimensões – Técnica, Comportamental e Estratégia. Com isso é possível concluir que existe influência destas dimensões no desempenho de inovação das organizações do setor da indústria de transformação.