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A Universidade Regional de Blumenau (FURB), por meio do Curso de Engenharia de Alimentos, conquistou o título de melhor trabalho na área de Bioquímica de Alimentos, durante o I Congresso Sul Brasileiro de Engenharia de Alimentos organizado pela UDESC. O evento ocorreu de 3 a 5 de novembro, em Pinhalzinho/SC, simultaneamente à VII Semana Acadêmica do Curso de Engenharia de Alimentos. A professora coordenadora do curso de Engenharia de Alimentos da FURB, Carolina Krebs de Souza, juntamente com a pesquisadora Katia Luiza Hermann, estiveram no evento e levaram a pesquisa desenvolvida pela Mestranda Gabriela Neves Ferri.
 

O trabalho premiado fez uma Avaliação da influência de fatores físicos e nutricionais na produção micelial de Pleurotussajor-caju CCB-019 em biomassa residual de embalagens alimentícias.
 

A palestra de abertura do evento contou com a presença do profissional Alfredo Vitalli, que falou sobre o “Mercado de Trabalho e a Profissão de Engenheiro de Aliumentos”.

Outra conquista

Além da premiação no I Congresso Sul Brasileiro de Engenharia de Alimentos, as pesquisadoras trouxeram outra novidade: a próxima edição deve ocorrer na FURB. De acordo com a professora coordenadora do curso de Engenharia de Alimentos, Carolina Krebs de Souza, a perspectiva é que o II Congresso Sul Brasileiro de Engenharia de Alimentos seja desenvolvido no mês de outubro do ano que vem. A organização ficará sob responsabilidade dos Departamentos de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos da FURB.
 

A perspectiva do uso de fungos basideomicetos tem sido pesquisada para a biodegradação de polímeros orgânicos e sintéticos, como os encontrados em embalagens de alimentos. Diante disso, esse trabalho teve por objetivo avaliar a produção de micélio do fungo Pleurotus sajor-caju em um resíduo industrial composto de papel cartão revestido com plástico proveniente da produção de embalagens alimentícias.

O experimento consistiu na inoculação de micélio de P. sajor-caju CCB-019em 20 g de biomassa fragmentada, disposta em frascos cilíndricos de 500 mL, com e sem aquecimento prévio em forno a 200 ºC por 30 minutos, suplementados com farelo de soja (1% e 5%), bagaço de mandioca (1% e 5%) e sais provenientes do meio socarean modificado (solução 50% e 100%), em sistema de fermentação em estado sólido (FES) incubado a 25 ºC por 12 dias. Foi empregado um delineamento experimental em arranjo fatorial fracionado com 4 fatores variando em 2 níveis, sendo o desenvolvimento micelial analisado qualitativamente por observação visual seguindo o padrão adaptado da ASTM G21-90em escala variando entre ausência e intenso crescimento. Os resultados mostraram, por meio de análise de variância (ANOVA), que o pré-aquecimento foi o fator que mais contribuiu, porém retardando o início da produção de hifas na biomassa.

Os demais fatores estudados, os quais estão relacionados com a suplementação nutricional, mostraram menor diferença entre os níveis avaliados, apresentando elevada produção de hifas mesmo em concentrações menores de nutrientes. O metabolismo do fungo nas condições estudadas pode ter estimulado a produção de enzimas celulolíticas, as quais hidrolisaram a celulose disponível na biomassa, não requerendo suplementação adicional em altas concentrações. Diante disso, conclui-se que a composição química da biomassa residual com as suplementações testadas em baixas concentrações poderá atuar como indutora da síntese de enzimas pelo P. sajor-caju para degradação dos polímeros orgânicos e sintéticos da embalagem.