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A mestranda Ana Carolina da Conceição, do Programa de Pós-Graduação em Educação da FURB (PPGE), defende sua dissertação nesta quarta-feira, dia 15, a partir das 14 horas, na sala I-305 (campus 1).

 

O trabalho tem como título “Passaporte, bilhete de partida: ações docentes para a sistematização da linguagem escrita”.

 

A Banca Examinadora é composta por: Presidente: Prof(ª) Dr(ª) Otília Lizete de Oliveira Martins Heinig  (FURB); Titulares: Prof(ª) Dr(ª) Cátia de Azevedo Fronza (Unisinos) e Prof. Dr. Osmar de Souza (FURB); Suplente: Prof(ª) Dr(ª) Marcia Regina Selpa Heinzle (FURB).

 

 

A presente pesquisa está vinculada à linha Linguagem e Educação, do Programa de Pós-Graduação em Educação/Mestrado em Educação, da Universidade Regional de Blumenau (FURB), Santa Catarina. Este trabalho tem como ponto de partida a questão: como o professor organiza o seu trabalho pedagógico a fim de sistematizar a linguagem escrita?

 

Para responder a essa questão, o trabalho é orientado pelo objetivo geral compreender as ações docentes que atuam no processo discursivo de sistematização da linguagem escrita. Ainda a fim de orientar o estudo, elencam-se os seguintes objetivos específicos: i) descrever e analisar as práticas de ensino e aprendizagem da linguagem escrita em sala de aula; ii) interpretar quais conjuntos de objetos de ensino são escolhidos para se transformar em objetos ensinados na interação de sala de aula, levando em consideração os diferentes saberes, conceitos sobre a linguagem escrita das crianças e materiais didáticos.

 

Para discutir os objetivos propostos, a pesquisa caracteriza-se como de cunho qualitativo-interpretativista, pois se observam os contextos de uso bem como as trajetórias dos sujeitos participantes. A geração de dados se realizou em uma turma de segundo ano do ensino fundamental, durante duas semanas no ano de 2015, em uma escola pública localizada na região do Vale do Itajaí/SC.

 

Os instrumentos de pesquisa utilizados abrangem uma gama ampla de técnicas para a coleta e geração de dados típicas da pesquisa interpretativa de base etnográfica, a saber: i) realização de entrevistas semiestruturadas individuais com o professor da turma pesquisada; ii) observação participante, com: gravação em áudio das aulas, produção de diários e notas de campo, análise do planejamento e dos recursos utilizados na sala de aula pelo professor, análise de cadernos de alunos para observar o processo de sistematização da linguagem escrita. A entrevista com a docente se realizou após a observação das aulas, com a finalidade de elucidar as ações e escolhas metodológicas da professora naquele determinado período no contexto escolar.

 

Os dados foram analisados com base nas teorias propostas pelo Círculo de Bakhtin e em autores que discutem a interação na sala de aula. O estudo parte da mediação como princípio da organização do trabalho pedagógico voltado para os modos como a linguagem escrita é sistematizada nas aulas. Para isso, as análises foram categorizadas nos seguintes eixos: (i) leitura, (ii) escrita e (iii) conhecimentos linguiísticos, por meio dos quais se transformam de objeto de ensino a objeto ensinado. Entende-se a aula como um evento de letramento, no qual foram descritos os artefatos, participantes, ambientes e atividades, a fim de saber se o processo discursivo de sistematização se apresenta ou não na dinâmica da sala de aula.

 

Constatou-se que a ação docente e a interação professor/aluno ou aluno/aluno é essencial para que se consolide a sistematização que transcende a sistematicidade, conceito relacionado à organização do trabalho pedagógico. Concebe-se a sistematização como um processo discursivo de tomada de consciência e reflexão sobre o objeto de ensino que se transforma em objeto ensinado, apontado como macro, no qual o conhecimento é consolidado aos poucos. Nesse sentido, pondera-se sobre uma possível continuidade dos estudos que aprofundem e problematizem o processo de sistematização no contexto da sala de aula.