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20/03/2018 - Grupo de pesquisa faz homenagem à professora Marialva
O texto abaixo foi escrito por Linda Jessica De Montreuil Carmona, mestra em Administração pelo PROPAD/UFPE e Doutoranda do PPGCC/FURB Área de Gestão das Organizações.
“Réquiem para Professora Marialva Tomio: Por uma Academia mais humana
A reunião do nosso grupo de pesquisa realizada na sexta-feira 16 de março foi marco para uma homenagem à nossa querida professora Dra. Marialva Tomio. Nela, lembramos tristemente da sua partida, ocorrida prematuramente dois dias antes. Dentre os sentidos depoimentos, todos coincidiram em defini-lá como um “espírito livre”, “uma personalidade intensamente humana” e uma voz crítica contra o “produtivismo acadêmico”. Escrevo estas linhas a sugestão do nosso Magnífico Reitor e com o risco de hipersimplificar a história recente de nossa cara professora, com a gratidão de um aluno ao Mestre e com o intuito de difundir alguns dos seus pensamentos.
Eu a conheci no início de 2015, quando me escolheu como orientanda de Doutorado, na área de Sustentabilidade. Lembro-me nitidamente dela na época, uma pessoa linda, de eternos “trinta e poucos”, sorriso fácil e sempre de bem com a vida. Na época ela lecionava, dentre outras, a disciplina de Sustentabilidade e Governança Corporativa, uma disciplina diferente, pois na visão dela a área devia nos aproximar da ética, assunto quase esquecido e importante para todas as profissões e especialmente urgente para a Contabilidade e a Administração.
Nesse intuito, recordo-me dela ter nos levado a um encontro no Parque Natural Municipal São Francisco de Assis, aqui em Blumenau, para falarmos de sustentabilidade socioambiental “in situ”. A aula coincidiu com a visita de uma turma das Ciências Naturais da Universidade de Montreal em Convênio com a FURB, do qual ela agia como professora anfitriã. A discussão do dia versou sobre a necessidade das empresas de preservarem a sustentabilidade socioambiental, a urgência de defender as espécies brasileiras nativas e as florestas naturais, e nas diferenças da lógica dos povos rurais e urbanos.
Contou-nos na ocasião a seguinte história: um artesão indígena é pedido para orçar quanto custaria para ele fazer um banquinho de couro, com certas características, altura e desenho do estofamento. Ai ele poderia ter falado, por exemplo, 50 reais. Assim na nossa lógica urbana, separaríamos 200 reais para comprar 4 banquinhos iguais, mas para nossa surpresa, ao fechar o orçamento, o artesão pediria 300 pelos 4. Então nós pensaríamos que ele notou o nosso interesse, por isso ele cobrou mais caro por cada unidade. “Picareta” seria a nossa conclusão. Mas, de acordo com a Marialva, a lógica deles é diferente. O artesão sabe que tomará muito mais tempo em encontrar os padrões iguais para todas as peças e estaria ai a razão da diferença no preço. Instou-nos a sermos mais compreensivos e tolerantes, pois isso elevaria a nosso status de cidadania.
Nesse mesmo ano de 2015, ela viu-se obrigada a se afastar para cuidar da saúde, por conta de problemas neurovasculares. Nos poucos encontros que tivemos entre 2016 e 2017, ela sempre insistiu na ética, na valorização das mulheres, na defesa da escrita acadêmica, fazendo ciência “séria, por amor e não por produtivismo”. Lembro-me dela ter me encorajado reiteradamente em desfrutar da vida e não só concentrar-me na produção de artigos, assunto crítico no período de doutoramento.
Em setembro de 2017 ocorreu o vigésimo aniversário do Programa de Pós-graduação em Administração (PPGAd). Com alegria, a vi no público e notei que estava bem. Abraçou-me e disse que estava muito feliz e pensando em retornar à ativa na FURB.
Poucas semanas atrás, a começo do ano letivo de 2018 ocorreu o retorno dela no PPGAd, como ela me disse, “para organizar o trabalho deste ano”. Marialva contou que estava trabalhando em um novo projeto sobre “comunicação não agressiva nas organizações”, como forma correta para as organizações terem melhor clima organizacional, que poderia se refletir nos índices de performance. Em um mundo marcado pela violência e com reflexos desta nas organizações e na Academia, uma voz pretendia resgatar o bom senso, amabilidade, cortesia, quer dizer a “humanidade” na pesquisa acadêmica. Mais um ponto para Marialva.
Assim, na triste reunião do grupo que começou esta nota, a gente finalizou a homenagem dando palmas para ela. Por ter sido uma professora especial, uma pessoa diferente e ter feito questão em mostrar isso. A cultura organizacional que nós estudamos no grupo, se alicerça em mitos, histórias e heróis. Pessoas como a professora Marialva são heróis para nós, pois marcam a diferença nos ambientes onde passam. Acho que é essa a principal lição da Marialva. Obrigado querida Professora!”
A professora Marialva Tomio era Doutora em Engenharia de Produção pela UFSC, com Pós-doutorado em Administração pela UFRGS, além de Mestre em Turismo e Hotelaria pela UNIVALI e especialista em Ensino Superior e Planejamento pela FURB, onde ela se desempenhava como Professora da Graduação e Pós-graduação. Ela morreu no dia 13 de março.
Publicação: 20/03/2018 - 16h38 - Gabinete da Reitoria/Jornalismo | Foto(s): Divulgação
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