ARQUIVO DE NOTÍCIAS

 

“O livro traz uma discussão sobre como acontece a internalização do conhecimento científico, pelos estudantes, através da mediação do professor. O tema escolhido gera situações muito interessantes, pois os alunos já tem um conhecimento espontâneo sobre o tema, desenvolvido no cotidiano fora da escola. Assim, foi possível analisar melhor como a linguagem e o conhecimento científico foi sendo assimilado por esses estudantes”, explica Schroeder, um especialista em Lev Vygotsky (1896-1934), pensador bielo-russo criador da teoria histórico-cultural, que percebe a importância do meio cultural e social no desenvolvimento da consciência e do pensamento dos indivíduos.

 

Partindo de Vygotsky, Shroeder pode perceber, em sua pesquisa, como a linguagem científica utilizada nas aulas analisadas mudou o discurso dos estudantes. “Fizemos um questionário preliminar, antes das aulas, perguntando assuntos que seriam abordados pela professora. Doze meses depois, repetimos as mesmas perguntas e as mudanças no discurso e no conhecimento a respeito foram notáveis”, revela. Doenças sexualmente transmissíveis, planejamento familiar, gravidez na adolescência e aspectos biológicos da reprodução humana foram alguns dos temas discutidos em sala de aula.

 

Apesar de trazer muitos exemplos dos exercícios e práticas utilizados pela professora, incluindo os debates entre os alunos, Schroeder acredita que o livro contribui mais para pesquisas sobre processos de aprendizagem do que para o uso didático por outros professores. “A aplicação desses métodos de ensino da Sexualidade Humana pode ser utilizada em um futuro livro”, aponta o pesquisador da FURB.

 

Cópias do livro “O Ensino e a Aprendizagem dos Conceitos Científicos no Estudo da Sexualidade Humana: Contribuições de Vygotsky para a Pesquisa em Ensino de Ciências” já estão disponíveis na Biblioteca Universitária da FURB (Câmpus 1) para empréstimo, e também à venda na Livraria Universitária (Sala 102, Bloco C, Câmpus 1).