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Implementar um núcleo comum para cursos de graduação do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) é uma das grandes metas dos professores Valter Augusto Krauss (à direita) e Leomar dos Santos (à esquerda), eleitos diretor e vice-diretor, respectivamente, na consulta prévia realizada dia 21 de maio, quando somaram 97,81% dos 557 votos válidos. Ao mesmo tempo, os novos dirigentes querem ampliar a participação dos alunos nas decisões, discutir sobre cursos de baixa demanda, repensar a formação institucional dos docentes e buscar maior aproximação do CCSA com as empresas.

 

Atual controlador-geral da FURB, Valter Krauss terá que ser substituído antes da posse, em 1º de agosto. Em julho, o reitor João Natel deve indicar três candidatos para escolha do futuro controlador pelo Conselho Universitário.

 

Em entrevista ao FURB Notícias, os professores adiantam alguns desafios para a gestão 2014-2018.

 

Esta é a quinta reportagem da série com os diretores eleitos. A primeira foi com a professora Rita Rausch, do CCEAL. A segunda com a professora Márcia Espíndola, do CCT. A terceira com o professor Cláudio Guimarães, do CCS. A quarta com o professor Everaldo Grahl, do CCEN.

 

Valter Krauss: Temos um plano básico de gestão já apresentado à comunidade acadêmica e realizamos algumas discussões com docentes e alunos que apontam, entre outras prioridades, a necessidade de efetuar uma mudança na grade curricular dos cursos. A ideia é implementar o núcleo comum para cursos do CCSA, em princípio nos cursos de Ciências Contábeis, Administração e Economia. A discussão sobre essa temática ocorre há um ano. Acreditamos que o projeto deverá tramitar nos conselhos para vigorar já a partir de 2015.

 

Valter Krauss: Algumas. Em especial, minimizar custos na formação das turmas, realizar a equivalência automática de disciplinas no âmbito do Centro (hoje um ponto crítico) e estimular o acadêmico a realizar uma segunda graduação. Ou seja, o aluno teria dois anos de núcleo comum e mais dois específicos do seu curso. No momento em que desejar fazer outro curso, bastaria se qualificar nos dois anos específicos da nova escolha, completando duas graduações em seis anos. Para que o núcleo possa acontecer, vamos precisar rever os PPP (projetos político-pedagógicos) dos cursos de graduação. Ao mesmo tempo, precisamos além de gerenciar a estrutura curricular, cuidar da estrutura física e do corpo docente de forma a melhorar o conceito dos cursos. Assim como também trabalhar a questão orçamentária. No orçamento para 2015, em discussão com a Coordenadoria de Planejamento (Coplan), demonstramos a necessidade de aumentar recursos para investir na qualificação dos professores e nos alunos, em especial nas semanas acadêmicas.

 

Leomar dos Santos: Nesta questão docente, propomos a rediscussão da Formação Institucional. Entendemos que ela não atrai mais o docente e que seria mais pedagógico chamar o professor para discutir autores como Vigotski e Freire e que ele seja orientado para o curso que leciona. Até para que o aluno, ao ouvir esse professor, queira seguir a carreira dele, inspire-se nele. Ou seja, precisamos instrumentalizar melhorar as práticas de ensino do professor, a qualidade do material didático-pedagógico e discutir o uso das novas tecnologias em sala de aula, no sentido de aprimorar o processo ensino-aprendizagem.

 

Valter Krauss: Podemos destacar os esforços para melhorar a avaliação dos programas do stricto sensu (mestrado/doutorado), pensar projetos para minter (mestrado em conjunto com outras universidades, desde que tenha conceito 5) e buscar novos cursos na área de Gestão no lato sensu (especializações), além de estimular cursos sequenciais (curta duração). Ainda nessa linha, vamos sempre incentivar a formação docente no doutorado e publicações. Outras questões que merecerão atenção é a aproximação do CCSA com as empresas (para ampliar a política de estágios e os cursos corporativos) e implementar ações para ofertar a educação a distância – era ofertado em algumas disciplinas, mas isso não existe mais. Há plena vontade de retomar no lato sensu e na graduação, desde que se defina, desta vez, uma estratégia de como funcionará.

Outra questão que vai exigir bastante atenção são as aposentadorias de professores do quadro. Vamos precisar realizar concursos para suprir essas vagas, mas nem sempre há professores disponíveis com a qualificação desejada, no caso de doutores, para atuar na graduação e no stricto sensu.  

 

Valter Krauss: Antes de pensar num novo curso de graduação ou no stricto sensu (mestrado/doutorado), nossa intenção é voltar o lato sensu (especializações), por uma necessidade do mercado e para fazer receita para o Centro. Com relação à demanda dos cursos, importante dizer que Economia (primeiro curso da FURB, há 50 anos), apesar das dificuldades do passado, é hoje um curso positivo no centro, está em mudança e inovará com o núcleo comum. Dos demais cursos, preocupam as demandas dos cursos de SEB e Turismo, sobre as quais vamos definir no centro as melhores medidas.

 

É professor do Departamento de Contabilidade desde 1995. Integra o Conselho Universitário (Consuni) desde 2011 e é Controlador Geral da FURB. Mestre em Administração de Negócios (FURB) e Mestre em Contabilidade e Controladoria (USP). Foi vice-diretor do CCSA na gestão 2004-2010.

 

Leomar dos Santos 

É professor do Departamento de Administração. Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento (UFSC). Mestre em Administração (FURB). Vice- Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Administração.