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A mestranda Andrea Machado, do Programa de Pós-Graduação em Educação da FURB, defende dissertação no dia 30, a partir das 14h30min., na sala I-305 do Campus 1, com o título “Educação museal na perspectiva da educação inclusiva: o museu no contexto das pessoas cegas ou com baixa visão”.

 

O trabalho é orientado pelo professor Dr. Adolfo Ramos Lamar. Integram, ainda, a Banca Examinadora, os professores Drs. Aliciene Fusca Machado Cordeiro (Univille); Rita Buzzi Rausch (FURB) e Osmar de Souza (FURB).

 

 

A pesquisa tem como objetivo principal compreender como a Educação Museal, na perspectiva da Educação Inclusiva, pode contribuir para o acesso permanente para as pessoas cegas ou com baixa visão nos espaços museais. E tem como objetivos específicos: 1- Contextualizar a história da deficiência para compreensão da construção histórico-social do fenômeno deficiência e o processo atual de inclusão social, Educação Inclusiva e sociedade inclusiva; 2-Fomentar o debate referente à proposta de universalidade de acesso nos museus prevista no Estatuto de Museus para a efetivação da norma na prática museológica; 3-Analisar a percepção do público cego quanto à importância dos espaços museais para a Educação.

 

As obras de Otto M. da Silva, Ana Mª. Crespo, Letícia Julião, Maria C. T. M. Santos, Maria T. E.Mantoan e Romeu Sassaki fundamentam teoricamente a investigação. É uma pesquisa de natureza qualitativa com caráter exploratório haja vista que não foram encontrados outros trabalhos que tratam da Educação Museal na perspectiva da Educação Inclusiva.

 

Para a geração de dados foram utilizados como instrumentos um questionário aplicado em 15 museus e entrevistas semiestruturadas concedidas por 04 quatro pessoas cegas que participaram da exposição sensorial no Museu do Imigrante de Timbó (SC), em 2012. Os resultados desta pesquisa estão relacionados à compreensão da deficiência como fenômeno social, ao sentido da deficiência e a imagem negativa da deficiência e como se chega ao debate atual da inclusão social e necessidade do acesso à Educação Escolar e Educação Museal para todos, sem exceção.

 

Para desenvolver este trabalho, a mestranda ampara-se nos modelos individual e social da deficiência, assim como nos paradigmas da deficiência, especificamente os paradigmas da exclusão, segregação, integração e inclusão. “Em nossa concepção, os três primeiros paradigmas deram elementos para a construção da imagem negativa da deficiência e esta imagem, até os dias atuais, se sobrepõe a imagem da pessoa e ao valor humano”, afirma a autora.

 

-- Constatamos que a imagem negativa da deficiência interfere diretamente nas relações entre os Atendentes e Educadores de Museus e público cego ou com baixa visão, gerando atitudes excludentes, classificatórias e discriminatórias e a não garantia de acesso aos bens culturais.  Ao se trabalhar com a Educação Museal na perspectiva da Educação Inclusiva que tem como princípio a Educação para Todos, rompemos com o atendimento educacional especializado segregado nos museus direcionado para os “públicos especiais” e colocamos em prática os princípios legais do Estatuto de Museus que preconiza a universalidade de acesso, ou seja, o acesso ao patrimônio e aos bens através da Educação Museal para todos os diferentes públicos, sem exceção e nos mesmos espaços, explica a mestranda.

 

A pesquisa concluiu que o trabalho pode contribuir para a Educação Museal porque, de acordo com os entrevistados, os museus são importantes espaços para a Educação. Isto porque, na concepção da Eliana, Emília Irineu e Ilse, os museus materializam a história dos diferentes grupos étnicos e a cultura, os hábitos, costumes, crenças e a religiosidade dos povos e por este motivo, precisam ser visitado e conhecido por todos. E por fim, a pesquisa caracteriza a função educativa dos museus e propõe recursos físicos e comunicacionais para o acesso ao patrimônio histórico e social e aos bens para as pessoas cegas ou com baixa visão.