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20/08/2020 - Cientistas compartilham práticas e estudos sobre Covid-19


O uso da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) no enfrentamento à Covid-19 tem eficácia comprovada, integrado à medicina convencional, no tratamento e reabilitação dos pacientes. Cientistas do Brasil e da China participaram de uma videoconferência para apresentar práticas e socializar resultados dos trabalhos desenvolvidos desde o início da pandemia. A “Video conference on Covid-19 with Chinese Expert on Integrated Chinese and Western Medicine and Brazilian Medical Experts", foi organizada pela World Federation of Acupuncture and Moxibustion Societies (WFAS).  
 
O pesquisador chefe da Academia Chinesa de Ciências Médicas e presidente da WFAS, Liu Baoyan destacou que o foco da acupuntura não está no vírus, mas no corpo humano (corpo, mente e espírito, segundo a MTC). “Usamos os mesmos métodos milenares, independentemente da doença que estamos combatendo. Isso, porque, a MTC busca ajustar o sistema imunológico, enquanto a medicina convencional foca em interromper o caminho do vírus”, exemplificou. Com a pandemia, a Associação Chinesa de Acupuntura estabeleceu protocolos específicos para a Covid-19, que vão desde a ativação de meridianos para fortalecer os órgãos do corpo até grupos de pontos que devem ser utilizados no tratamento dos sintomas mais graves. Liu Baoyan, falou destes protocolos e chamou atenção para a necessidade e a eficácia de medidas como o distanciamento social, uso de máscara e higiene das mãos, “todas as medidas de biossegurança são necessárias para romper a cadeia de contágio’, destacou o cientista.   
 
Segundo dados apresentados na conferência, um terço dos pacientes de Covid-19 sofrem com algum tipo de disfunção cardiopulmonar depois de recuperados, como fadiga e falta de ar, além da baixa imunidade, que pode causar, ainda, consequências como a queda de cabelo e outras reações ligadas ao sistema imunológico.
 
A conferência intercalou a apresentação de experiências bem sucedidas na China e no Brasil. O projeto Tenda de Triagem do Covid-19 realizado pela Universidade Federal de Goiás desde maio, foi apresentado pela professora Claci Weirich Rosso, depois de o reitor, Edward Madureira Brasil anunciar a instalação do Instituto Confúcio no estado. O instituto é uma organização educacional pública sem fins lucrativos vinculada ao Ministério da Educação da República Popular da China.
 
O professor da especialização em Acupuntura da FURB, Dr. Yu Tao citou o trabalho de tradução e adequação dos termos da MTC para o avanço dos estudos. “Nossa maior barreira ainda é uma terminologia mais precisa”, disse Tao. A coordenadora da especialização, professora Dra. Caroline Valente apresentou a Universidade de Blumenau e destacou a intenção de criar um grupo de pesquisa internacional sobre acupuntura.
 
A possibilidade de cooperação internacional, com o cadastro e compartilhamento de casos clínicos que envolvam a integração de práticas da MTC e de estudos de alta qualidade científica foram destacados ao final das apresentações. Para seu presidente, a WFAS pode ser a ponte entre os cientistas. As apresentações tiveram tradução simultânea, viabilizada pelo consulado da China em São Paulo. 
 
Publicação: 20/08/2020 - 17h26 - Central Multimídia de Conteúdo/Jornalismo | Foto(s): CMC / Caroline Valente


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