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02/05/2022 - Semana de História aborda fake news e pseudociência


Começa nesta segunda-feira, 02 de maio, a XXVIII Semana Acadêmica de História da FURB, que ocorre até o dia 04, próxima quarta-feira, com o tema “História e (des)informação: negacionismo histórico, fake news e pseudociência”. O evento será realizado de forma online, com conferências, mesa redonda e simpósios temáticos.
 
O objetivo do evento é discutir temas e problemáticas que dizem respeito à propagação de informações equivocadas e a suposta validade da pseudociência. “Nos últimos anos, tanto no Brasil quanto no resto do mundo, observa-se o crescimento exponencial da difusão de falsas informações sobre diferentes áreas, incluindo a História. Neste sentido, o historiador deve, em seu ofício, saber discernir informações e levantar questionamentos sobre dados e fenômenos sociais” referem os organizadores no site oficial do evento. Provocar o debate e a reflexão sobre estas questões são objetivos de conferencistas e professores participantes.
 
Programação
 
A Semana abre no dia 2 de maio, às 18h30, com palestra da Dra. Caroline Silveira Bauer, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). No dia 3, às 20h, a palestrante convidada será Dra. Cristiani Bereta da Silva, da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), e no dia 4, palestra do Dr. Fernando de Araujo Penna, da Universidade Federal Fluminense (UFF).
 
No dia 3 de maio, às 18h30, o ensino de História também entra em pauta, com uma mesa redonda que tem como participantes três egressos do curso de História da FURB: Julia Campos, professora na rede estadual de ensino de Santa Catarina, Luan Daniel Sehn, professor efetivo de História pela Prefeitura Municipal de Balneário Piçarras e Vanessa Nicoceli Bull, que atualmente atua como professora de História e Ensino Religioso na rede particular de ensino de Porto Alegre.
 
A programação inclui, ainda, simpósios temáticos. 
 
O simpósio temático 1 é sobre História & Juventude(s) e segundo destaca o professor Dr. Leonardo Brandão, “não há somente uma juventude ou cultura juvenil, pois elas são marcadas pelo polimorfismo e certamente foram e são - talvez hoje mais do que ontem - múltiplas e referentes a espaços, condições sociais e históricas específicas.” Ele explica que foi na segunda metade do século XX, e mais precisamente a partir dos Estados Unidos, que se generalizou esse processo, ainda em curso, de simbolização de um ideal de juventude em consonância a um certo conjunto de elementos que, entre os mais visíveis, figuram o gosto pela música, por práticas esportivas de lazer, pela valorização do corpo, da moda e pela busca de vivências que contenham alguma experiência de transgressão e rebeldia.
 
Culturas políticas na ditadura civil-militar brasileira: História, memória e usos do passado é o tema do simpósio temático 2, proposto pela professora Dra. Cristina Ferreira (FURB) e Ana Carolina Zimmermann, mestranda no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “O propósito é gerar questionamentos sobre a construção social do autoritarismo vigente na ditadura brasileira, com especial atenção para as complexidades envoltas nas relações constituídas entre civis e militares. Para tais discussões são bem-vindos trabalhos que abordem o estudo das esquerdas e direitas no pós-1964, a produção cultural e artística, pesquisas sobre festividades, educação, civismo e patriotismo, gênero e sexualidade, além de temáticas sobre a resistência, a violência e a tortura de cidadãos, visando desconstruir e desmitificar fatos históricos produzidos por regimes autoritários, a partir da divulgação e discussão de pesquisas históricas/científicas que contribuam para abominar qualquer tentativa de retomada de ações políticas contrárias aos direitos civis constitucionais”, explicam as proponentes.
 
Proposto pelo professor Dr. Dominique Santos (FURB); Helena Schütz Leite e Alisson Sonaglio, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o simpósio temático 3 aborda História Antiga e Medieval e os usos do passado: a ciência da História na era da (des)informação, das fake news, e dos negacionismos. Segundo os proponentes, “foi na Antiguidade e na Idade Média que vários conceitos correntes em nossos dias foram forjados, discutidos e utilizados em discursos e na prática. Entre tais conceitos estão os de democracia, estado, ditadura, tirania, república, honra, traição e lei. Assim, os debates sobre estas construções, práticas e desdobramentos históricos da memória e das identidades, podem nos auxiliar a compreender de forma mais aprofundada não somente como o passado tem sido imaginado, mas também de que maneira a apropriação da Antiguidade e do Medievo tem servido para delinear nacionalismos, imperialismos, justificar discursos políticos e sistematizar identidades e alteridades no tempo presente, algo que, em diversas ocasiões, tem sido apropriado por grupos mais radicais para divulgação de desinformação, fake news, negacionismos e incentivar a pseudociência.”
 
Os proponentes do simpósio temático 4 Ensino de História na educação democrática e História Pública, professora Dra. Cíntia Régia Rodrigues (FURB), Dra. Yomara Feitosa Caetano de Oliveira Fagionato (UDESC) e Maicon Roberto Poli de Aguiar (FURB/UDESC) propõem uma reflexão "acerca do ensino de história com foco na história pública; na censura e silenciamentos aos professores; na circulação de Fake News; pseudociências ou o negacionismo científico." Eles argumentam que "o professor/historiador e a professora/historiadora são agentes imprescindíveis na garantia de uma cultura escolar plural e democrática, na medida em que o contexto pandêmico, desafia-nos a enfrentar práticas que negligenciam ou até mesmo desvalorizam a ciência."
 
O simpósio temático 5, História e Cinema tem como proposta "ofertar um espaço de discussão destas questões, bem como apoiar pesquisas que discutam a relação interdisciplinar entre o cinema na história e a história no cinema, a fim de refletir sobre abordagens e representações históricas apresentadas na tela."  Os proponentes argumentam que "a linguagem cinematográfica, historicamente, muito serviu ao propósito de elaborar um discurso de estruturação da realidade, conforme os interesses de seus agentes produtores, ligados ou contrários ao establishment. Líderes políticos, entidades representativas e importantes agentes de mobilização social, das mais diversas perspectivas ideológicas, fizeram uso da linguagem e das técnicas cinematográficas para impor ou problematizar as várias visões sobre o contexto político, econômico, social e cultural no qual estavam inseridas”. Os proponentes são Maicon Roberto Poli de Aguiar (FURB/UDESC) e Jéssica Frazão (USP).
 
Para mais informações, acesse o site: https://doity.com.br/28-semana-academica-de-historia-furb
 
O evento será aberto à comunidade acadêmica, aos professores da educação básica e à comunidade em geral.
 
A Semana Acadêmica é organizada pelo Centro Acadêmico de História da FURB (CAHCLIO) com a coordenação da Prof. Dra. Juliana de Mello Moraes e conta com o apoio dos demais professores do curso de História.
Publicação: 02/05/2022 - 00h01 - Central Multimídia de Conteúdo/Jornalismo | Foto(s): CMC


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